sexta-feira, 2 de maio de 2014

Saúde Ocupacional


Dia Mundial da Segurança
e da Saúde no Trabalho


28 de Abril 




Olá caros leitores!


Durante esta semana, decorreu no dia 28 de Abril o dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho.




“Estima-se que anualmente morrem cerca de dois milhões de homens e mulheres devido a acidentes de trabalho e a doenças profissionais. Em todo o mundo ocorrem por ano cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho e são registadas mais de 160 milhões de doenças profissionais.” In OIT


Sendo a temática, da segurança e da saúde dos trabalhadores, transversal à minha área de formação, a Saúde Ambiental, e também pela corelação com o tema da publicação anterior -  “Os Bombeiros e a saúde”, decidi fazer referência ao dia 28 de Abril, dia Mundial da Segurança e da Saúde no trabalho.

Para melhor compreender o porquê de ser implementado este dia, é importante conhecer um pouco da sua história:

O dia 28 de Abril foi instituído em 1996, como Dia Mundial para a Segurança e a Saúde no Trabalho, com o objetivo de homenagear as vítimas de acidentes de trabalho e de doenças profissionais.
A primeira cerimónia teve lugar nesse ano, em Nova Iorque, na Organização das Nações Unidas, onde foi aceso um memorial para recordar os que morreram a trabalhar ou que contraíram doenças profissionais.

Foi, então, criado o Dia Internacional de Luto pelas Vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais.

A data foi escolhida para coincidir com as Jornadas Nacionais de Luto do 28 de Abril, previamente adotadas pelo Congresso Canadiano doTrabalho.

Em 2001, esta data foi reconhecida e apoiada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e passou a ser celebrada de modo oficial em muitos países de todo o mundo.

Em Portugal, o dia 28 de Abril foi, também, instituído como Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho pela Resolução da Assembleia da República n.º 44/2001.

Recomendo alguns sites para uma pesquisa mais aprofundada:
  • Organização Internacional do Trabalho – OIT

 As doenças profissionais e os acidentes profissionais constituem hoje um problema para todos os que intervêm no trabalho/emprego como trabalhadores, sindicatos, empregadores, seguradoras e Estado. De acordo com os dados referidos pela Agencia Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, segundo as estatísticas publicadas pelo EUROSTAT (2007), na União Europeia (UE), morrem anualmente 5 720 pessoas na sequência de acidentes relacionados com o trabalho. A nível europeu os acidentes in itinere não são contabilizados para as estatísticas internacionais entre os estados membros. Além disso e segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), morrem, ainda, anualmente 160 mil trabalhadores na UE (2007) devido a doenças profissionais. Por conseguinte, em cada três minutos e meio, morre alguém na UE devido a causas relacionadas com o trabalho sendo a maior parte destes acidentes e doenças evitáveis.” In Acidentes de trabalho e doençasprofissionais, Orientações técnicas










 
O impacto das exposições a substâncias químicas na saúde dos trabalhadores é enorme, pelo que a sensibilização é um objetivo fulcral do Dia Mundial deste ano.



Em 2004, a Eurostat constatava que 200 mil europeus consideravam que tinham sido afetados no último ano por uma doença profissional da pele, e 600 mil por uma doença profissional do sistema respiratório.  

Uma percentagem importante destas queixas tem a ver com a exposição a produtos químicos. A exposição dérmica é uma das principais exposições a substâncias perigosas. Os problemas de pele ocupam o segundo lugar entre as doenças profissionais na UE, sendo os produtos químicos responsáveis por 80 a 90% desses problemas.

 Alguns inquéritos revelaram que mais de 20% dos europeus dizem estar expostos a fumos, vapores e poeiras nos locais de trabalho.

Em Portugal, nos anos de 2011 e 2012 registou-se um total de mais de 350 casos de doença pulmonar com origem profissional. O maior problema é, sem dúvida, o perigo cancerígeno. Existem dados que apontam para a existência de uma população europeia de 32 milhões de trabalhadores expostos a agentes cancerígenos profissionais com doses consideradas perigosas para a saúde resultando anualmente entre 35 a 45 mil cancros mortais.


A Organização Internacional do Trabalho celebra, este ano de 2014, o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, publicando o relatório subordinado ao tema"A segurança e a Saúde na utilização de produtos químicos no trabalho". 

Relatório "A segurança e a Saúde na utilização de produtos químicos no trabalho". 

Este relatório refere a importância da coordenação de esforços por parte de governos, empresas e trabalhadores, à escala nacional e internacional, com o objetivo de garantir a gestão racional dos produtos químicos. Pretende-se assim atingir o adequado equilíbrio entre os benefícios da utilização de produtos químicos e a prevenção e controlo de riscos para a saúde, decorrentes da exposição dos trabalhadores, bem como a redução do seu impacto no meio ambiente. 


No que diz respeito à prevenção e utilização dos produtos químicos, a legislação da UE conhecida como os Regulamentos REACH, CRE e ProdutosBiocidasajuda na uniformização das regras de utilização dos produtos químicos, o que pode ser uma mais-valia para as entidades patronais e trabalhadores.

No que que toca à comercialização de substâncias perigosas, os fornecedores devem incluir informações complementares nas fichas de dados de segurança e nos rótulos. Os empregadores devem utilizar estas informações para implementar medidas de gestão de riscos, a fim de garantir que os produtos químicos sejam utilizados em segurança no seu local de trabalho.
Utilize o site da ECHA como fonte de informação e aplique os conhecimentos por eles transmitidos no seu local de trabalho.


Deixo-vos também um filme bastante elucidativo sobre o tema dos produtos químicos:




O filme é uma versão revista de ‘Napo – e as Substâncias Perigosas’ realizado em 2003. Introduz alterações de forma a harmonizar os sinais (pictogramas) utilizados no transporte de mercadorias perigosas e os sinais utilizados na classificação, rotulagem e embalagem de produtos químicos. Os sete pictogramas atuais deverão ser substituídos por nove.






Neste quadro e dado o contexto económico e social que vivemos, a "ACT, bem como os Parceiros Sociais representados institucionalmente neste organismo, decidiu colocar como tema de fundo das celebrações a importância da segurança e saúde no trabalho num contexto de crise económica, realçando o contributo para a qualificação dos trabalhadores e a competitividade das empresas."

Todos os anos morrem cerca de 6 mil pessoas na UE em consequência de acidentes de trabalho para além de quase cerca 160 mil de doença profissional. 

Em Portugal, em 2011, a ACT realizou 161 inquéritos de acidentes de trabalho mortais. Pode consultar AQUI  a Coleção Estatística da ACT

De facto, as instituições mais atentas a estas questões, nomeadamente a Organização Internacional do Trabalho estão preocupadas com os efeitos da crise na qualidade do trabalho, tendo em conta a tendência de retração das empresas, particularmente as pequenas e microempresas, levando á eventual diminuição dos investimentos em matéria de segurança e saúde. Essa tendência poderá levar a mais acidentes e doenças profissionais com o aumento dos custos económicos, sociais e humanos inerentes.

Por outro lado, é fundamental apostar na qualificação dos recursos humanos portugueses, tanto ao nível de empresários como de trabalhadores, como instrumento precioso para aumentar a competitividade e a qualidade do trabalho.

Sendo uma  das notícias da ordem do dia é pertinente referir que entre os produtos mais perigosos contam-se o amianto, os aminoácidos, o cromo, hidrocarbonetos e corantes. Os riscos do amianto aparecem periodicamente na comunicação social portuguesa dado que este produto foi introduzido nas décadas de 40 a 80 do século XX, na construção de vários edifícios, em particular públicos, e nomeadamente nas coberturas de fibrocimento de escolas.

O perigo do amianto decorre sobretudo da inalação das fibras libertadas para o ar. 

Regra geral, a presença de amianto em materiais de construção representa um baixo risco para a saúde, desde que o material esteja em bom estado de conservação, não seja friável e não esteja sujeito a agressões diretas. Qualquer atividade que implique a quebra da integridade do material (corte, perfuração, quebra, etc.) aumenta substancialmente o risco de libertação de fibras para a atmosfera.

As diferentes variedades de amianto são agentes cancerígenos, devendo a exposição a qualquer tipo de fibra de amianto ser reduzida ao mínimo ou  mesmo ser definitivamente eliminada.


Onde pode ser encontrado:




 Procure saber um pouco mais AQUI.

Em conclusão, é importante referir que em Portugal, de acordo com os dados estatísticos divulgados pelo EUROSTAT, boletim 63/2009, 3% dos trabalhadores tiveram um acidente de trabalho nos últimos 12 meses anteriores ao estudo. Este valor, abaixo da média comunitária (EU-27 3,6%), é, contudo, enganador. Se tivermos em conta que Portugal:
  • Está entre os países nos quais o trabalhador acidentado necessita mais vezes de baixa médica (86% dos casos de acidente e 4.º lugar na EU-27) para recuperar do acidente;
  • Está entre os países em que mais vezes, os trabalhadores acidentados entram em baixa médica prolongada (38% dos casos de baixa por acidente e 3.º lugar na EU-27), num período igual ou superior a um mês.

Estes dados sugerem que apenas os acidentes mais graves escapam à elevada sub-notificação das entidades oficiais e à elevada sub-participação dos acidentes às entidades seguradoras responsáveis.

O QUE É PREOCUPANTE!





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Até Breve

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