Vistoria a estabelecimentos
De educação e ensino
«É imperativo que a sociedade garanta a
segurança das crianças como um direito humano fundamental» European Child S afety Alliance, 2004.
Um ambiente escolar seguro influencia escolhas e é um investimento em
saúde, já que os modelos de segurança adquiridos precocemente são determinantes
quanto à forma como lidamos com o risco, desempenhando as escolas um importante
papel na construção desses comportamentos.
Na infância e na adolescência adquirem-se atitudes e comportamentos que
perduram pela vida fora, pelo que o investimento é prioritário nestes grupos
etários se queremos, de facto, contribuir para a redução da primeira causa de
morte e incapacidade nestes grupos, os acidentes. Prevenir os acidentes
domésticos e de lazer, rodoviários e de trabalho passa por tornar mais seguros
os locais onde as crianças e os jovens passam a maior parte do seu tempo: a
casa, a escola e a comunidade.
Na senda da implementação do Programa Nacional de Saúde Escolar é
fundamental a promoção da segurança e a prevenção dos acidentes - em parceria efectiva
com os órgãos de gestão dos estabelecimentos de educação e ensino, assim como a
avaliação das condições de segurança, higiene e saúde destes estabelecimentos,
realizada pelas equipas de saúde escolar em estreita articulação com os
serviços de saúde pública/autoridades de saúde dos Centros de Saúde
Sendo a área da saúde escolar bastante escortinada por parte da unidade de
saúde pública torna-se evidente a realização de vistoria aos estabelecimentos
de educação e ensino.
É de referir que esta atividade
desenvolvida pelos Técnicos de Saúde Ambiental, rege-se pela Circular Normativa
nº12/DSE de 29 de Novembro de 2006. Que tem como o objetivo
específico de promover um
ambiente escolar seguro e saudável.
Avaliação das condições
de segurança, higiene e saúde dos estabelecimentos de educação e ensino.
Os estabelecimentos de educação e ensino, pela sua localização, tipo de
instalações e modo de funcionamento, podem condicionar a salubridade, o
conforto e a segurança e atuar, favorável ou desfavoravelmente, sobre a saúde
de todos os seus utentes (alunos, docentes e restantes funcionários).
Hoje, o parque escolar é muito diversificado, espelha a época em que cada
edifício escolar foi concebido e apresenta condicionalismos específicos e características
próprias. No entanto, há condições de segurança e salubridade, a que todas as
escolas devem obedecer.
Todos os estabelecimentos de ensino, devem estar livres de barreiras que
impeçam a sua utilização por pessoas com mobilidade condicionada, nomeadamente
as que se desloquem em cadeiras de rodas, devendo ser-lhes facultada a
possibilidade de acesso a todos os serviços de ensino, de apoio e sociais, quer
no interior quer no exterior dos edifícios.
Neste sentido a TSA propôs
a realização de duas vistorias no âmbito da vigilância sanitária de estabelecimentos, na cidade de Moura. Antes de realizarmos as vistorias
a TSA disponibilizou a legislação em vigor e demos inicio a pesquisa de
informação para uma correta interpretação do que iríamos visualizar.
Para cada avaliação a
TSA disponibilizou a um dos intervenientes, uma Ficha de Avaliação das Condições de Segurança, Higiene e Saúde dos Estabelecimentos de Educação e Ensino. O Formulário que é disponibilizado pela Direção Geral da Saúde, pretende avaliar as condições de segurança, higiene e
saúde a que devem obedecer os estabelecimentos de educação e ensino, a partir
de um conjunto de critérios devidamente ponderados.
1 º Estabelecimento de
Ensino
Esta escola encontra-se
na categoria EB1, e já tem alguns anos de construção, percecionada para um
numero de alunos apresenta nos dias de hoje mais do dobro dos que o numero
inicial. No entanto a condições estruturais não sofreram alterações ao longo
dos anos o que viriam a influenciar as características funcionais da
atualidade.
Com a sobrelotação
recente das turmas, aliada a falta de espaço e as novas tecnologias, este edifício
transformou-se num problema que necessita de intervenção imediata.
Podemos constatar que o
pavimento, paredes e teto encontravam-se em mau estado de conservação, tal como
a passagem dos fios elétricos pelas paredes, devido ao número crescente de
tecnologia em relação ao número de tomada existentes poder vir a despoletar um
acidente.
As inconformidade apontadas são consideráveis e englobam varias
áreas do estabelecimento, algumas passiveis de resolução imediata mas outras
com necessidade de intervenção das entidades competentes.
2 º Estabelecimento de
Ensino
Esta escola também se
encontra na categoria de EB1, mas apesar de ser uma escola com alguns anos já
sofreu intervenções a nível estrutural. Podemos constatar que ainda necessita
de algumas intervenções nomeadamente ao nível da ventilação, requisitos
higio-sanitários e de funcionamento aplicáveis ao tipo de estabelecimentos em
causa, como:
·
Tomadas
sem proteção na sala de aula;
·
Pavimento
das salas em mau estado;
·
Sobrecarga
de fichas elétricas e ligações;
·
Sinalização
de saída de emergência avariada;
·
Escadas
com perigo de queda, para os utilizadores
Após a vistoria, de volta ao gabinete, com a ajuda da orientadora de
estágio, TSA, preenchemos a checklist que se encontra no portal da Direção
Geral da Saúde, referente a cada escola.
Também procedemos a elaboração de cada um dos relatórios com a supervisão da orientadora de estágio, mediante a
legislação em vigor. Este
procedimento implica um diagnóstico de situação, as propostas de correções e por final a elaboração do relatório. Depois de realizados os relatórios são enviados para as entidades responsáveis, pela tipologia do estabelecimento, EB1 e Jardins de Infância para a Câmara Municipal de Moura, 2º e 3º e Secundário para a Direção Geral da Educação.
Um dos principais problemas associados aos
estabelecimentos de ensino, são os acidentes escolares, embora as escolas
tentem manter a segurança, os acidentes acontecem e muitas crianças acabam por
ter problemas graves.
As crianças são seres curiosos e aventureiros
que gostam de tomar a iniciativa de “conhecer” e “descobrir” de forma pessoal,
o seu desenvolvimento dá-se através de experiencias e algumas atitudes de
risco, que são características normais do crescimento.
O
papel da escola é atuar de forma a corrigir os riscos e a prevenir a
probabilidade de acidentes. Apesar de não ser possível impedir todos os
acidentes que ocorrem nas escolas, estas podem se preparar para agir de forma a
minimizar os danos.
De
acordo com a Direção Geral da Saúde, "estudos revelam que em meio escolar é no
espaço de recreio que ocorrem ente 25 a 35% dos acidentes, ocorridos em
atividades de brincadeira e desporto, principalmente quedas devido a
deficientes condições do piso (em cimento, alcatrão ou gravilha) e do
equipamento exterior e outros elementos construídos sem proteção adequada
(escadas, degraus, muros e vedações). A percentagem de acidentes ocorridos em
sala de aula varia entre 15 e 35& e são devidos sobretudo ao uso inadequado
do material escolar. O mau estado do equipamento desportivo e algumas práticas inapropriadas
nas aulas de educação física estão na origem da maioria dos acidentes ocorridos
no ginásio e compôs de jogos. Os acidentes em laboratórios e oficinas são os
que ocorrem em menor número, mas que podem acarretar maior gravidade geralmente
devido à existência de produtos tóxicos e potencialmente explosivos, bem como
ao incumprimento das inerentes normas de segurança. Apesar de não existirem
muitos estudos relativamente aos acidentes que acontecem no meio envolvente dos
estabelecimentos educativos e na atividades organizadas fora das instituições, fora
das instituições, os atropelamentos na zona rodoviária circundante, os acidentes,
no transporte coletivo de crianças e nas visitas de estudo, bem como a
intervenção pós-acidente são considerados aspetos críticos quanto à segurança
nos espaços educativos.”
As conclusões da TSA e nós estagiários, foram similares da necessidade deste tipo de
intervenções por parte da unidade de saúde pública nos estabelecimentos de
educação e ensino. A avaliação dos riscos é
uma forma de conhecer a vulnerabilidade das instalações, dos equipamentos e do
ambiente com o objetivo de os eliminar, ou quando tal não é possível, de os minimizar. A avaliação das escolas e a sua reavaliação anual permite monitorizar e atualizar
as condições de segurança, higiene e saúde, ao mesmo tempo que verifica o
cumprimento de eventuais correções e/ou beneficiações. A resolução dos problemas detetados
deve ser encontrada, caso a caso, e será mais eficaz se a avaliação se realizar
em parceria com o Órgão de Gestão da Escola, a Autarquia, a Associação de Pais ou os Bombeiros.
Na minha opinião, todas as escolas
deveriam ser instituições promotoras de saúde. Perante isto, para uma escola
ser reconhecida como Promotora de Saúde deve executar princípios e práticas da
promoção da saúde.
Hoje em dia já existe uma série de
referências, tanto a nível de legislação como em estruturas de apoio que
possibilitam, tanto à comunidade escolar como aos profissionais de saúde
ligados á área da saúde escolar, a adopção da promoção da saúde como um
investimento eficiente para mostrar os ganhos em saúde.
Referencias:
Até Breve.
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