quinta-feira, 17 de abril de 2014

Incêndio Florestais


Incêndios Florestais




Olá caros leitores!


Esta publicação irá abordar um tema particularmente relevante para a época do ano, os Incêndios Florestais.


Todos os anos milhares de hectares são consumidos pelo fogo em Portugal. Os incêndios florestais são uma ameaça para a vida, para os recursos naturais e para a prosperidade do país. 



Incêndio Florestal


A distribuição temporal dos incêndios florestais em Portugal Continental é marcadamente sazonal, verificando-se o maior número de ocorrências e de área ardida nos meses de Julho, Agosto e Setembro, em relação a área ardida nos meses de Inverno não é muito significativa comparativamente ao resto do ano.


Assim, considera-se como período de incêndios florestais em Portugal Continental de 14 de Maio a 15 de Outubro (cerca de 95% dos incêndios ocorrem neste período).

Analises dos Incêndios em Portugal


Um incêndio florestal pode ser designado como um fenómeno físico e químico que resulta da combinação rápida de oxigénio com uma substância combustível, envolvendo reações fortemente exotérmicas, sob uma temperatura elevada, da qual resulta a ocorrência de fogo descontrolado, caracterizado pela libertação de calor, de luz e normalmente de chamas. Decorre num espaço aberto e pode expandir-se livremente, consumindo combustíveis vegetais, constituídos essencialmente por compostos celulósicos e lenhosos (tais como: matos, arbustos e árvores), causando uma forte destruição por onde passa, independentemente da sua origem e do tipo de agente de ignição. Para que ocorra um incêndio florestal é fundamental a conjugação de três elementos: o combustível, o comburente (geralmente, oxigénio) e o agente de ignição (fonte de calor), designando-se esta combinação por triângulo do fogo (Figura 1). Numa perspetiva mais ampla o triângulo de fogo pode ser substituído pelo tetraedro do fogo, com a inclusão do elemento: reação em cadeia (Figura 2) in artigo Impacto dosIncêndios Florestais na Qualidade do Ar

Figura 1
Figura 2












"A origem dos incêndios florestais é de 19% de causas naturais, 35% causas desconhecidas, 3% devido a descuido e 25% de origem criminosa "(discurso do SEAMAI no congressointernacional sobre fogos florestais em 31/01/2003). 


Os incêndios florestais são das catástrofes naturais mais graves em Portugal, não só pela elevada frequência com que ocorrem e extensão que alcançam, como pelo efeito destrutivo que causam. Para além dos prejuízos económicos e ambientais, podem constituir uma fonte de perigo para as populações e bens. Estes são considerados catástrofes naturais…

Se manifestou interesse em conhecer um pouco mais sobre o assunto pode consultar:

  1. Proteção Civil – Incêndios Florestais
  2. Incêndios florestais
  3. As causas dos incêndios florestais emPortugal continental


No que confere ao aumento da frequência, dimensão e intensidade dos incêndios florestais, nos últimos anos, em Portugal, como noutros países do Sul da Europa, tem vindo a gerar preocupação, em particular no seio das comunidades médica e científica. Os anos de 2003 e 2005 foram particularmente críticos, sendo estes responsáveis pela emissão de diversos poluentes para a atmosfera, com efeitos na qualidade do ar. Em 2003 registaram-se valores de área ardida elevados durante os meses de Verão, enquanto em 2005 se caracterizou pelo elevado número de ocorrências. (Silva Lusitana, 2009)

Figura 3  -  Distribuição espacial da área ardida referente aos grandes incêndios florestais (área ardida superior a 100 ha) ocorridos em 2003, 2004 e 2005, (Silva Lusitana, 2009)-

A distribuição espacial das ocorrências de incêndios florestais em Portugal continental não é uniforme. A média anual de ocorrências por superfície é significativamente maior nos concelhos mais urbanos e limítrofes (apesar de a percentagem de área ardida nesses concelhos ser reduzida). De facto, existe uma correlação positiva entre o número de habitantes e o número de ocorrências. A distribuição das áreas ardidas em Portugal continental é marcada pela existência de uma diferença acentuada entre as regiões Norte e Centro, por um lado, e o Sul, por outro. As regiões do Norte e Centro são bastante mais afetadas, em parte devido ao tipo de vegetação que possuem (com maiores continuidades horizontais e verticais e com maior acumulação de combustíveis), e em parte devido ao relevo mais irregular e à maior pressão humana sobre os espaços florestais. Na região do Sul (Alentejo e Algarve), consideravelmente menos atingida, a exceção é o Algarve, que também é severamente afetado pelo fenómeno (especialmente em anos recentes).


A ocorrência de incêndios nas florestas contribui para a emissão de grandes quantidades de poluentes gasosos e para a libertação de partículas, o que terá repercussões na qualidade do ar e na saúde das populações afetadas. 

De entre os poluentes emitidos pelos incêndios destacam-se as partículas, os óxidos de azoto, o dióxido de enxofre e o monóxido de carbono. No que se refere às partículas, o facto de existirem em grande abundância no fumo produzido pelos incêndios e tendo em conta que apresentam uma elevada probabilidade de se depositarem nas vias respiratórias, pode levar a um desencadeamento ou agravamento dos problemas respiratórios.

De acordo com a Direção Geral da Saúde (DGS), as condições meteorológicas nomeadamente a presença de ventos e a sua direção podem favorecer ou não a combustão completa e também a dispersão das partículas a grande distância. O monóxido de carbono produzido nos incêndios, entra na corrente sanguínea através dos pulmões e reduz a quantidade de oxigénio entregue aos órgãos e tecidos do corpo. Para um conhecimento mais profundo aconselho a consulta: RISCOS PARA A SAÚDE ASSOCIADOS AO FUMO PRODUZIDO PELOS INCÊNDIOS


Alguns subgrupos da população são mais sensíveis aos efeitos adversos produzidos pelos incêndios, destacando-se as crianças, as grávidas, os doentes respiratórios e cardíacos, os trabalhadores com atividades ao ar livre e os bombeiros.

Enquanto os efeitos do fumo se fizerem sentir, a Direção-Geral da Saúde recomenda algumas medidas que podem ser visualizadas aqui:




Sendo os incêndios Florestais uma preocupação emergente, nesta altura do ano, são desencadeada ações de sensibilização, onde entre outras entidades a ANPC também participa.

Neste sentido que propiciou-se uma ação de sensibilização no dia 8 de Abril com o tema “Os Incêndios Florestais”.

Durante o mês de Março foi solicitado pela parte da Câmara Municipal de Alvito uma intervenção a nível da sensibilização para os incêndios florestais, depois de aprovação pela parte do 1º CODIS, foi transferida para a área da sensibilização a parte referente a esta ou seja a sensibilização para o público mais jovem, que neste caso corresponde a todas as crianças que fazem parte das atividades extras curriculares do distrito de Alvito.

Depois de estabelecidos os contactos com as entidades responsáveis e debatidos os pontos diferenciais, foi estabelecido, mediante a grande diferença de idades do público-alvo (entre os 6 – 12 anos), que a sensibilização iria decorrer no Quartel do Bombeiros de Alvito. O grupo de crianças, mais ou menos 60, foi dividido em 3 grupos e depois cada um realizou uma atividade, sendo acompanhado por um elemento dos bombeiros ou da Proteção Civil. As atividades ministradas pela responsável da valência da sensibilização da Proteção Civil e orientadora do meu estágio incidiram na visualização de um meio de transporte dos bombeiros, ambulância, por um curto percurso num veículo de emergência dos bombeiros e visualização de dois vídeos, um deles o “Tinoni” sobre os incêndios florestais. Todos os grupos realizaram as 3 atividades.

Antes de qualquer intervenção é sempre necessário preparar e organizar, a questão principal a ter em conta é o público-alvo e como fazer chegar a mensagem a este, neste caso é de salientar a forma como foi organizada a exposição do tema para o grupo de crianças em questão, tendo esta constituído uma forma agradável e iterativa para transferir conhecimento.


A título conclusivo, sendo a minha área de formação a saúde ambiental é importante mencionar o contributo desta para a avaliação dos riscos e gestão da poluição ambiental que derivada da intempere que são os incêndios. Por consequente, é sempre importante existir princípios de gestão ambiental, é importante a elaboração de cenários e modelos conceituais, tal como proceder a avaliação dos riscos para a saúde humana e os riscos ecológicos.  

Como é o caso da poluição causada pelo fumo, associada às emissões dos incêndios florestais, esta é considerada uma temática de extrema importância, devido aos riscos evidentes, quer para o ambiente, quer para a saúde humana. 
Entre estes riscos incluem-se o perigos a que está exposto o pessoal operacional no combate aos fogos, causado pela degradação da qualidade do ar e pela diminuição da visibilidade. A investigação já realizada para Portugal continental com recurso à modelação numérica da dispersão do fumo emitido durante um incêndio florestal, para a estimativa dos campos de concentração de poluentes resultantes, permitiu verificar a influência decisiva do fumo libertado na qualidade do ar. 
Para uma consulta mais detalhada do artigo -  (JC Cardoso,2007)

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a exposição ao fumo proveniente de incêndios florestais tem sérios impactos na saúde humana que resultam no aumento de entradas nos serviços de urgência e das admissões hospitalares, tal como em doenças do foro respiratório e cardiovascular, e no aumento da mortalidade. 
Em particular, a exposição à PM em suspensão tem vindo a ser associada a doenças respiratórias e cardiovasculares, e mesmo ao aumento da mortalidade.
Estimativas da OMS indicam que anualmente se verificam 100 mil mortes prematuras, associadas à exposição a este poluente. Os efeitos nocivos na saúde, resultantes da exposição ao fumo, podem ser sentidos aos níveis agudo e crónico. Os efeitos agudos -  irritação dos olhos e trato respiratório, diminuição da função respiratória - podem originar dores de cabeça, tonturas e náuseas, que se podem prolongar por várias horas.
É urgente tomar medidas, não só de forma a prevenir os riscos mas também a minimizar os perigos provenientes desta situação que constitui um perigo para a saúde pública.~

Cabendo, também, ao técnico de saúde ambiental, dentro da área da higiene e segurança no trabalho, inspecionar os locais, instalações e equipamentos, observando as condições de trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes, bem como, estabelece normas e dispositivos de segurança, sugerindo eventuais modificações nos equipamentos e instalações e verificando a sua observância a fim de prevenir acidentes.

De fato, o problema dos incêndios florestais deve ser abordado tendo em conta as duas dimensões em que se desagrega - a da defesa da vida e de edifícios e da defesa da floresta.  

Um Comentário …uma dica…


Sabiam que os incêndios florestais têm causas variadas, mas a maioria acontece devido à ação humana?

É um fato!
Daí a importância de estar atento às medidas de prevenção e autoproteção recomendadas pela Autoridade Nacional de Protecção Civil.








O seu contributo é precioso.
Conto com o seu comentário.


Até Breve




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