Incêndios Florestais
Olá caros leitores!
Esta publicação irá abordar um tema particularmente
relevante para a época do ano, os Incêndios Florestais.
Todos os
anos milhares de hectares são consumidos pelo fogo em Portugal. Os incêndios florestais são
uma ameaça para a vida, para os recursos naturais e para a prosperidade do
país.
Incêndio Florestal |
A distribuição temporal dos incêndios florestais em
Portugal Continental é marcadamente sazonal, verificando-se o maior número de
ocorrências e de área ardida nos meses de Julho, Agosto e Setembro, em relação
a área ardida nos meses de Inverno não é muito significativa comparativamente
ao resto do ano.
Assim,
considera-se como período de incêndios florestais em Portugal Continental de 14
de Maio a 15 de Outubro (cerca de 95% dos incêndios ocorrem neste período).
Analises dos Incêndios em Portugal |
Um incêndio florestal pode ser designado
como um fenómeno físico e químico que resulta da combinação rápida de oxigénio
com uma substância combustível, envolvendo reações fortemente exotérmicas, sob
uma temperatura elevada, da qual resulta a ocorrência de fogo descontrolado,
caracterizado pela libertação de calor, de luz e normalmente de chamas. Decorre
num espaço aberto e pode expandir-se livremente, consumindo combustíveis vegetais,
constituídos essencialmente por compostos celulósicos e lenhosos (tais como: matos,
arbustos e árvores), causando uma forte destruição por onde passa, independentemente
da sua origem e do tipo de agente de ignição. Para que ocorra um incêndio florestal
é fundamental a conjugação de três elementos: o combustível, o comburente
(geralmente, oxigénio) e o agente de ignição (fonte de calor), designando-se
esta combinação por triângulo do fogo (Figura 1). Numa perspetiva mais ampla o
triângulo de fogo pode ser substituído pelo tetraedro do fogo, com a inclusão
do elemento: reação em cadeia (Figura 2) in artigo Impacto dosIncêndios Florestais na Qualidade do Ar
Figura 1 |
Figura 2 |
"A
origem dos incêndios florestais é de 19% de causas naturais, 35% causas desconhecidas,
3% devido a descuido e 25% de origem criminosa "(discurso do SEAMAI no congressointernacional sobre fogos florestais em 31/01/2003).
Os incêndios florestais
são das catástrofes naturais mais graves em Portugal, não só pela elevada
frequência com que ocorrem e extensão que alcançam, como pelo efeito destrutivo que causam. Para além dos prejuízos económicos e ambientais, podem constituir uma fonte de
perigo para as populações e bens. Estes
são considerados catástrofes
naturais…
Se manifestou interesse em conhecer um pouco
mais sobre o assunto pode consultar:
- Proteção Civil – Incêndios Florestais
- Incêndios florestais
- As causas dos incêndios florestais emPortugal continental
No que
confere ao aumento da frequência, dimensão e intensidade dos incêndios
florestais, nos últimos anos, em Portugal, como noutros países do Sul da
Europa, tem vindo a gerar preocupação, em particular no seio das comunidades
médica e científica. Os anos de 2003 e 2005 foram particularmente críticos, sendo
estes responsáveis pela emissão de diversos poluentes para a atmosfera, com
efeitos na qualidade do ar. Em 2003
registaram-se valores de área ardida elevados durante os meses de Verão,
enquanto em 2005 se caracterizou pelo elevado número de ocorrências. (Silva
Lusitana, 2009)
Figura 3 - Distribuição espacial da área ardida referente aos grandes incêndios florestais (área ardida superior a 100 ha) ocorridos em 2003, 2004 e 2005, (Silva Lusitana, 2009)- |
A
distribuição espacial das ocorrências de incêndios florestais em Portugal
continental não é uniforme. A média anual de ocorrências por superfície é
significativamente maior nos concelhos mais urbanos e limítrofes (apesar de a
percentagem de área ardida nesses concelhos ser reduzida). De facto, existe uma
correlação positiva entre o número de habitantes e o número de ocorrências. A
distribuição das áreas ardidas em Portugal continental é marcada pela
existência de uma diferença acentuada entre as regiões Norte e Centro, por um
lado, e o Sul, por outro. As regiões do Norte e Centro são bastante mais
afetadas, em parte devido ao tipo de vegetação que possuem (com maiores
continuidades horizontais e verticais e com maior acumulação de combustíveis),
e em parte devido ao relevo mais irregular e à maior pressão humana sobre os
espaços florestais. Na região do Sul (Alentejo e Algarve), consideravelmente
menos atingida, a exceção é o Algarve, que também é severamente afetado pelo
fenómeno (especialmente em anos recentes).
A
ocorrência de incêndios nas florestas contribui para a emissão de grandes
quantidades de poluentes gasosos e para a libertação de partículas, o que terá
repercussões na qualidade do ar e na saúde das populações afetadas.
De entre os poluentes emitidos pelos incêndios destacam-se as partículas, os óxidos de azoto, o dióxido de enxofre e o monóxido de carbono. No que se refere às partículas, o facto de existirem em grande abundância no fumo produzido pelos incêndios e tendo em conta que apresentam uma elevada probabilidade de se depositarem nas vias respiratórias, pode levar a um desencadeamento ou agravamento dos problemas respiratórios.
De entre os poluentes emitidos pelos incêndios destacam-se as partículas, os óxidos de azoto, o dióxido de enxofre e o monóxido de carbono. No que se refere às partículas, o facto de existirem em grande abundância no fumo produzido pelos incêndios e tendo em conta que apresentam uma elevada probabilidade de se depositarem nas vias respiratórias, pode levar a um desencadeamento ou agravamento dos problemas respiratórios.
De
acordo com a Direção Geral da Saúde (DGS), as condições meteorológicas
nomeadamente a presença de ventos e a sua direção podem favorecer ou não a
combustão completa e também a dispersão das partículas a grande distância. O
monóxido de carbono produzido nos incêndios, entra na corrente sanguínea
através dos pulmões e reduz a quantidade de oxigénio entregue aos órgãos e
tecidos do corpo. Para um conhecimento mais profundo aconselho a consulta: RISCOS PARA
A SAÚDE ASSOCIADOS AO FUMO PRODUZIDO PELOS INCÊNDIOS
Alguns
subgrupos da população são mais sensíveis aos efeitos adversos produzidos pelos
incêndios, destacando-se as crianças, as grávidas, os doentes respiratórios e
cardíacos, os trabalhadores com atividades ao ar livre e os bombeiros.
Enquanto os efeitos do
fumo se fizerem sentir, a Direção-Geral da Saúde recomenda algumas medidas que
podem ser visualizadas aqui:
- A página da DGS, área “especial verão”
- Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas - Módulo Calor Prevenção de riscos para a saúde associados ao fumo produzido pelos incêndios
Sendo
os incêndios Florestais uma preocupação emergente, nesta altura do ano, são desencadeada ações de sensibilização, onde entre outras entidades a ANPC também
participa.
Neste sentido que propiciou-se uma ação de sensibilização no dia 8 de Abril com
o tema “Os Incêndios Florestais”.
Durante o mês de Março foi solicitado pela parte da Câmara Municipal de
Alvito uma intervenção a nível da sensibilização para os incêndios florestais,
depois de aprovação pela parte do 1º CODIS, foi transferida para a área da
sensibilização a parte referente a esta ou seja a sensibilização para o público
mais jovem, que neste caso corresponde a todas as crianças que fazem parte das
atividades extras curriculares do distrito de Alvito.
Depois
de estabelecidos os contactos com as entidades responsáveis e debatidos os
pontos diferenciais, foi estabelecido, mediante a grande diferença de idades do
público-alvo (entre os 6 – 12 anos), que a sensibilização iria decorrer no
Quartel do Bombeiros de Alvito. O grupo de crianças, mais ou menos 60, foi
dividido em 3 grupos e depois cada um realizou uma atividade, sendo acompanhado
por um elemento dos bombeiros ou da Proteção Civil. As atividades ministradas
pela responsável da valência da sensibilização da Proteção Civil e orientadora
do meu estágio incidiram na visualização de um meio de transporte dos
bombeiros, ambulância, por um curto percurso num veículo de emergência dos
bombeiros e visualização de dois vídeos, um deles o “Tinoni” sobre os incêndios
florestais. Todos os grupos realizaram as 3 atividades.
Antes
de qualquer intervenção é sempre necessário preparar e organizar, a questão
principal a ter em conta é o público-alvo e como fazer chegar a mensagem a
este, neste caso é de salientar a forma como foi organizada a exposição do tema
para o grupo de crianças em questão, tendo esta constituído uma forma agradável
e iterativa para transferir conhecimento.
A título conclusivo, sendo
a minha área de formação a saúde ambiental é importante mencionar o contributo
desta para a avaliação dos riscos e gestão da poluição ambiental que derivada
da intempere que são os incêndios. Por consequente, é sempre importante existir princípios
de gestão ambiental, é importante a elaboração de cenários e modelos conceituais,
tal como proceder a avaliação dos riscos para a saúde humana e os riscos ecológicos.
Como é o caso da poluição causada pelo fumo, associada às emissões dos incêndios florestais, esta é considerada uma temática de extrema importância, devido aos riscos evidentes, quer para o ambiente, quer para a saúde humana.
Entre estes riscos incluem-se o perigos a que está exposto o pessoal operacional no combate aos fogos, causado pela degradação da qualidade do ar e pela diminuição da visibilidade. A investigação já realizada para Portugal continental com recurso à modelação numérica da dispersão do fumo emitido durante um incêndio florestal, para a estimativa dos campos de concentração de poluentes resultantes, permitiu verificar a influência decisiva do fumo libertado na qualidade do ar.
Para uma consulta mais detalhada do artigo - (JC Cardoso,2007)
Como é o caso da poluição causada pelo fumo, associada às emissões dos incêndios florestais, esta é considerada uma temática de extrema importância, devido aos riscos evidentes, quer para o ambiente, quer para a saúde humana.
Entre estes riscos incluem-se o perigos a que está exposto o pessoal operacional no combate aos fogos, causado pela degradação da qualidade do ar e pela diminuição da visibilidade. A investigação já realizada para Portugal continental com recurso à modelação numérica da dispersão do fumo emitido durante um incêndio florestal, para a estimativa dos campos de concentração de poluentes resultantes, permitiu verificar a influência decisiva do fumo libertado na qualidade do ar.
Para uma consulta mais detalhada do artigo - (JC Cardoso,2007)
Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), a exposição ao fumo proveniente de incêndios florestais
tem sérios impactos na saúde humana que resultam no aumento de entradas nos serviços
de urgência e das admissões hospitalares, tal como em doenças do foro
respiratório e cardiovascular, e no aumento da mortalidade.
Em particular, a exposição à PM em suspensão tem vindo a ser associada a doenças respiratórias e cardiovasculares, e mesmo ao aumento da mortalidade.
Estimativas da OMS indicam que anualmente se verificam 100 mil mortes prematuras, associadas à exposição a este poluente. Os efeitos nocivos na saúde, resultantes da exposição ao fumo, podem ser sentidos aos níveis agudo e crónico. Os efeitos agudos - irritação dos olhos e trato respiratório, diminuição da função respiratória - podem originar dores de cabeça, tonturas e náuseas, que se podem prolongar por várias horas.
É urgente tomar medidas, não só de forma a prevenir os riscos mas também a minimizar os perigos provenientes desta situação que constitui um perigo para a saúde pública.~
Em particular, a exposição à PM em suspensão tem vindo a ser associada a doenças respiratórias e cardiovasculares, e mesmo ao aumento da mortalidade.
Estimativas da OMS indicam que anualmente se verificam 100 mil mortes prematuras, associadas à exposição a este poluente. Os efeitos nocivos na saúde, resultantes da exposição ao fumo, podem ser sentidos aos níveis agudo e crónico. Os efeitos agudos - irritação dos olhos e trato respiratório, diminuição da função respiratória - podem originar dores de cabeça, tonturas e náuseas, que se podem prolongar por várias horas.
É urgente tomar medidas, não só de forma a prevenir os riscos mas também a minimizar os perigos provenientes desta situação que constitui um perigo para a saúde pública.~
Cabendo,
também, ao técnico de saúde ambiental, dentro da área da higiene e segurança no
trabalho, inspecionar os locais, instalações e equipamentos, observando as condições de
trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes, bem como, estabelece
normas e dispositivos de segurança, sugerindo eventuais modificações nos
equipamentos e instalações e verificando a sua observância a fim de prevenir
acidentes.
De
fato, o problema dos incêndios florestais deve ser abordado tendo em conta as
duas dimensões em que se desagrega - a
da defesa da vida e de edifícios e da defesa da floresta.
Um Comentário …uma dica…
Sabiam que os incêndios florestais têm causas variadas, mas a
maioria acontece devido à ação humana?
É um fato!
Daí a importância de estar atento às medidas de prevenção e autoproteção recomendadas pela Autoridade Nacional de Protecção Civil.
Daí a importância de estar atento às medidas de prevenção e autoproteção recomendadas pela Autoridade Nacional de Protecção Civil.
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