Estabelecimento de Restauração e Bebidas
Continuando as nossas vistorias, esta semana realizamos
uma visita a um estabelecimento de restauração e bebidas, localizado na cidade
que nos recebe, Moura.
Para melhor compreender o que significa Restauração e
Bebidas é importante conhecer os conceitos de Estabelecimento de restauração e
estabelecimento de bebidas. Ou seja:
Estabelecimentos de restauração,
qualquer que seja a sua denominação, são estabelecimentos destinados a prestar,
mediante remuneração, serviços de alimentação e de bebidas no próprio estabelecimento
ou fora dele, nomeadamente: restaurante, marisqueiras, casas de pasto,
pizzarias, snack-bares, self-services, eat-drivers, take-aways ou fast-foods.
Estabelecimentos de bebidas,
qualquer que seja a sua denominação, são estabelecimentos destinados a prestar,
mediante remuneração, serviços de bebidas e cafetaria no próprio estabelecimento
ou fora dele, nomeadamente: cervejarias, cafés, pastelarias, confeitaria,
padarias, cafetarias, casas de chá, geladarias, pubs ou tabernas.
A
unidade de saúde pública intervém neste âmbito, na vigilância sanitária de
estabelecimentos, de acordo com o Decreto-Lei 82/2009, de 2 de
Abril, no que refere à competência para fiscalização, serão desenvolvidas
atividades com o objetivo de exercer as competências das Autoridades de Saúde
no âmbito da defesa da Saúde Pública. No que foca as competências dos Técnicos
de Saúde Ambiental visam garantir as condições higio-sanitárias dos
estabelecimentos de restauração e bebidas.
A
vigilância sanitária promove o controlo sanitário dos alimentos, estabelecendo
as regras a serem cumpridas, avaliando as condições higiênicas e tecnológicas
da cadeia de produção e monitorando a qualidade dos alimentos disponíveis no
mercado, por meio de análises laboratoriais.
No estabelecimento,
que ocorreu a vistoria, foi possível observar quais as inconformidades que
apresentam maior risco para a saúde:
·
Proliferação de microrganismos, por incorreto
acondicionamento dos géneros alimentícios, matérias-primas e utensílios;
·
Produtos imputrescíveis no mesmo espaço, em
contacto, com os produtos putrescíveis;
·
Bancada ou armário de material poroso, pouco
resistente e com capacidade de contaminar os alimentos.
Como
podemos verificar o risco de contaminação dos géneros alimentícios neste local
é considerável. Os géneros alimentícios dividem-se em três grupos consoante o
risco de contaminação.
·
Baixo risco:
cereais, farinhas, produtos de panificação, refrigerantes, produtos de
confeitaria à base de açúcar, bebidas alcoólicas, óleos e gorduras;
·
Médio
risco: frutos,
vegetais, sumo de laranja, carnes enlatadas, leite pasteurizado, produtos
lácteos, gelados, produtos de confeitaria à base de leite;
·
Alto
risco: carne, carne
de aves, salsichas frescas, salames, peixe, ostras, leite, arroz cozido,
lasanha, ovos. Para estes
alimentos os cuidados devem ser redobrados, já que são os mais suscetíveis de
contaminação.
A
incidência dos problemas de saúde com etiologia alimentar ou em que a alimentação
surge como um importante fator de risco têm vindo a aumentar, não apenas nos
países dito desenvolvidos mas de uma forma muito mais global.
"A
Segurança Alimentar surge atualmente como uma das principais preocupações da
Indústria Alimentar. Tal decorre da grande preocupação do consumidor com os
alimentos que come atualmente e do receio que estes não sejam seguros para a
saúde humana, ou seja que não sejam inócuos. E, no entanto, se atentarmos ao
estado sanitário dos alimentos e aos cuidados e cautelas a que são sujeitos atualmente
aquando do seu fabrico, muito maior nos dias de hoje, tal preocupação aparece
como um paradoxo.
Esta
maior preocupação com os alimentos só pode ser entendida se tivermos em atenção,
quer a evolução da sociedade, quer a maior sofisticação na produção de
alimentos, ocorrida nos últimos anos". (FIPA; 2002)
Apesar
de existir uma grande preocupação com os estabelecimentos de venda de géneros
alimentícios, muitos problemas que decorrem da contaminação dos alimentos, são
da responsabilidade do consumidor, na medida em que este desconhece regras
básicas de higiene e segurança na aquisição, conservação, manuseamento e
confeção dos alimentos na sua casa.
Os
consumidores têm direito a toda a informação sobre os produtos alimentares, nomeadamente
através de rótulos claros e completos, mas não só. É fundamental dar informação
aos consumidores sobre questões alimentares cuja abordagem não é possível
através dos rótulos.
É este tema que vos gostaria de desenvolver. As boas práticas
devem ser também prorrogadas a nossa casa. Na União Europeia a maioria das
doenças de origem alimentar começam em casa, 37% dos problemas de Segurança
Alimentar atuais são de origem domestica. A Organização Mundial da
Saúde indica cinco regras simples para a promoção de Segurança Alimentar. A SEGURANÇA ALIMENTAR COMEÇA EM CASA
Na
América, Um em cada seis norte-americanos pode ficar doente de intoxicação
alimentar só este ano. A intoxicação alimentar não só envia mais de 100.000
norte-americanos para o hospital a cada ano, como também pode ter consequências
para a saúde a longo prazo.
Perante esta situação a Foodsafety.gov decidiu
criar um programa de culinária fictício onde o anfitrião, Maria, comete erros
comuns de segurança alimentar na preparação dos seus pratos. Erros que podem
dar origem a vários riscos e intoxicações alimentares.
Assista
Recipes for Disaster e aprenda os passos certos com a Maria que faz tudo
errado.
As
intervenções na vigilância sanitária de estabelecimentos são bastante importantes
para a saúde da população, estas podem evitar, prevenir, alertar para uma serie
de riscos. No entanto não nos podemos esquecer que a segurança alimentar deve
crescer nas nossas casas. Tem que existir dentro de cada um de nos, um técnico
de saúde ambiental, procurar saber mais sobre as boas práticas, corrigir certos
erros e prevenir a ocorrência de riscos alimentares é elementar para a saúde.
Esta é uma missão de todos e para todos.
Até Breve.