Programa
Nacional de Vigilância de Vetores - REVIVE
Dia 7 de Outubro deu-se inicio à segunda semana de estágio, avizinha-se
uma semana repleta de trabalho o que constitui um desafio as minhas capacidades
enquanto futura técnica de Saúde Ambiental, apesar de já me encontrar mais inserida
nas atividades que se desenvolvem no Centro de Saúde, contínuo
expectante em relação a todas as áreas da Saúde Pública. O primeiro dia da
semana iniciou-se com a apresentação dos temas a desenvolver no âmbito do estágio, tais como, a
vigilância sanitária de águas, vigilância sanitária de estabelecimentos,
vigilância sanitária de estabelecimentos de ensino, gestão de resíduos. Todos estes temas irão constituir o nosso universo de
trabalho.
Nesta semana procedeu se também à recolha de vetores, Culicídios (Mosquitos
imaturos e adultos) e Ixodídeos (carraças) no âmbito do
programa REVIVE.
o serviço de Saúde Pública de Moura, coopera com o programa REVIVE através da identificação e seleção de locais de colheita em função de zonas consideradas de maior risco, tal como procede a colheita dos vetores e posterior expedição das colheitas para o INSA/CEVDI.
O concelho de Moura foi selecionado pelas suas características, devido à proximidade com a barragem do Alqueva e as unidades de turismos.
De acordo com o documento elaborado, pelos serviços, para deferir o papel do técnico de Saúde Ambiental, nas unidades de Saúde Pública e no agrupamento de centros de Saúde, ao TSA compete -lhe participar ativamente na implementação do programa Nacional de Vigilância de Vetores Culicídios(REVIVE), através da identificação de zonas de risco mais elevado de desenvolvimento destes vetores, na sua colheita, na colaboração da avaliação de riscos para a população e na aplicação de medidas específicas de prevenção e luta contra os vetores.
Figura 1 - Culicídio |
O concelho de Moura foi selecionado pelas suas características, devido à proximidade com a barragem do Alqueva e as unidades de turismos.
De acordo com o documento elaborado, pelos serviços, para deferir o papel do técnico de Saúde Ambiental, nas unidades de Saúde Pública e no agrupamento de centros de Saúde, ao TSA compete -lhe participar ativamente na implementação do programa Nacional de Vigilância de Vetores Culicídios(REVIVE), através da identificação de zonas de risco mais elevado de desenvolvimento destes vetores, na sua colheita, na colaboração da avaliação de riscos para a população e na aplicação de medidas específicas de prevenção e luta contra os vetores.
O porquê do programa REVIVE
Tendo presente a probabilidade de introdução de novos
vetores em determinadas zonas geográficas, assim como a possibilidade de
surgimento de surtos inesperados e provocados por agentes etiológicos, que ou
nunca estiveram presentes ou há muito tempo que estavam esquecidos na realidade
europeia, o ECDC reforçou a necessidade de vigilância de vetores e concebeu
orientações “Technical reports” para a implementação de uma rede europeia de
vigilância.
O Regulamento Sanitário Internacional (RSI) (Aviso n.º
12/2008, D.R 1.ª série, N.º 16 a 23 de Janeiro de 2008, com nova redação,
adotada pela 58.ª Assembleia Mundial de Saúde em 23 de Maio de 2005) preconiza
o estabelecimento de programas de vigilância e controlo de vetores no perímetro
de portos e aeroportos e insta os Estados Membros a adquirir, reforçar e manter
os requisitos exigidos e a mobilizar os recursos necessários para esse fim.
Factos que reforçam a necessidade da rede de vigilância:
- Aumento das viagens internacionais lúdicas, comerciais e
mesmo motivadas por fenómenos de imigração/emigração
- Aproximação de mosquitos invasores (antropofílicos e
transmissores de doenças) como seja o Aedes, de Portugal Continental que
tenderem a reproduzir-se e estabelecer-se junto das habitações e aglomerados populacionais;
- A existência na Europa e em Portugal de fatores que podem
levar ao estabelecimento de espécies de mosquitos invasores e fatores que podem
levar à frequente transmissão de doenças pelos próprios (introdução dos agentes
infeciosos; capacidade vetorial dos mosquitos; frequência de contacto
vetor-humano; condições climáticas; temperaturas mais elevadas interferem no
agente patogénico em si proporcionando uma replicação mais rápida nos próprios
mosquitos como também na sobrevivência, atividade e reprodução desses
mosquitos).
Fonte:http://www.arsalentejo.minsaude.pt/saudepublica/SaudeAmbiental/ProgramaREVIVE/Paginas/ProgramaREVIVE.aspx
Fonte:http://www.arsalentejo.minsaude.pt/saudepublica/SaudeAmbiental/ProgramaREVIVE/Paginas/ProgramaREVIVE.aspx
Programa nacional de vigilância de Vetores - REVIVE
Em Portugal, em 2007, foi aprovado o Programa Nacional –
REVIVE que contemplava a vigilância de Culicídeos com o intuito de monitorizar
o desenvolvimento, o comportamento e a sobrevivência dos vetores e hospedeiros
e consequentemente a dinâmica de transmissão da doença. Para tal foi assinado
um Protocolo, em 2008, por um período de dois anos entre a Direcção Geral de Saúde,
as Administrações Regionais de Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Dr.
Ricardo Jorge com o objetivo de determinar o nível de risco associado à presença
de culicídeos no território português. O mesmo Protocolo foi revisto em 2010 e
alargou a vigilância de vetores aos ixodídeos.
Fonte:http://www.arsalentejo.minsaude.pt/saudepublica/SaudeAmbiental/ProgramaREVIVE/Paginas/ProgramaREVIVE.aspx
Fonte:http://www.arsalentejo.minsaude.pt/saudepublica/SaudeAmbiental/ProgramaREVIVE/Paginas/ProgramaREVIVE.aspx
O programa REVIVE é implementado entre Maio e Outubro, anualmente.
Objetivos do Programa Nacional de Vigilância de Vetores – REVIVE (2010-2015):
a) Vigiar a atividade de artrópodes hematófagos, caracterizar
as espécies e a ocorrência sazonal em locais previamente selecionados.
b) Identificar agentes patogênicos importantes em saúde pública
transmitidos por estes vetores.
c) Emitir alertas para a adequação das medidas de controlo,
em função da densidade dos vetores e do nível de infeção.
A Região do Alentejo participa no programa desde 2008
Com o intuito de concertar procedimentos,
elaborar a proposta de Programa Regional de Vigilância de Vetores, promover a
sua implementação e a melhor monitorização e avaliação, foi criado em 2011 um
grupo de trabalho composto por técnicos de todas as unidade de Saúde Pública
(USP) e coordenado pelo DSPP.
- Pretende-se que o
Programa possa contribuir para uma harmonização dos métodos e procedimentos de
vigilância para que os dados recolhidos sejam passíveis de comparação, ao longo
do tempo, desde o nível regional até ao nível europeu.
- Pretende-se
igualmente reforçar a vigilância para a deteção rápida de vetores invasores
e/ou vetores cujas picadas possam causar doença ou forte incómodo nas
populações, de forma a facilitar uma resposta rápida e apropriada que previna
essas situações.
Fonte:http://www.arsalentejo.minsaude.pt/saudepublica/SaudeAmbiental/ProgramaREVIVE/Paginas/ProgramaREVIVE.aspx
Fonte:http://www.arsalentejo.minsaude.pt/saudepublica/SaudeAmbiental/ProgramaREVIVE/Paginas/ProgramaREVIVE.aspx
Culicídios - Mosquitos
Em Portugal, o estudo da fauna de culicídeos teve início em 1901
com Sarmento & França, no entanto, só em 1931 foi publicada uma monografia
com a descrição de 21 espécies.
Algumas espécies são capazes de produzir novas gerações em
apenas 7 dias, mas a maior parte das espécies demora 2 semanas para produzir
uma nova geração.
A captura de culicídios (mosquitos) abrange as diferentes
fases do seu ciclo de vida (ovos, larva, pupa e adulto) como se pode verificar
na figura 2
A captura de culicídios imaturos realizou se em dois dias
diferentes, no primeiro a recolha foi efetuada num lago que pertencente a um dos
Jardim Públicos de Moura, no segundo dia a recolha foi efetuada numa herdade
perto de Moura, em campo aberto, num bebedouro para raça bovina.
Como se executa a coleta de Mosquitos Imaturos:
- Com recurso a um camaroeiro
realizamos a coleta de larvas, as quais fomos transferindo para um recipiente
com água do ponto de amostragem, deve-se capturar o maior número de larvas.
Conforme imagens apresentadas nas figuras 3 e 3.1.
Como se executa a coleta de Mosquito Adultos:
- A captura de
mosquitos adultos foi realizada através da armadilha CDC light-trap e gelo seco
(CO2). Estas armadilhas possuem uma fonte de luz UV que atrai os vetores (insetos)
para uma zona de onde são automaticamente aspirados para o saco coletor.
O gelo seco utilizado
foi produzido pela técnica de Saúde ambiental e nós estagiários, este
representa um atrativo para os mosquitos, uma vez que os mosquitos, localizam
os potenciais hospedeiros através do dióxido de carbono expirado.
- A Armadilha deve
ser colocada num local estratégico, abrigado do vento a uma distância de 1,50m
do solo. Os locais escolhidos para colocar as armadilhas foram dois, sendo
estes, um terreno próximo de Moura, onde existe um ribeiro, pneus abandonados e
diversas árvores, principais focos de mosquitos. O segundo local foi na ETAR de
Moura.
- A colocação da
armadilha foi colocada ao fim da tarde e recolhida no dia seguinte de manhã,
condicionando a fuga dos mosquitos, uma vez que atividade diária dos mosquitos
é condicionada pela temperatura e humidade relativa do ambiente, esta atividade
limita-se portanto ao período noturno, quando a temperatura diminui e a
humidade aumenta. Em todas as colheiras
foram retiradas as temperaturas e humidade, as mais elevadas e as baixas de cada um.
- Depois transferimos
o recipiente da armadilha com os mosquitos para refrigeração de forma a
adormece-los e tornar mais simples a tarefa de os colocar em recipientes.
Depois de realizada a colheita é preenchido o respetivo boletim.
Ixodídeos – Carraças
Em Portugal conhecem-se cerca de 20 espécies, que são parasitas
hematófagos estritos de um grande número de vertebrados, como mamíferos, aves,
répteis e anfíbios. A grande capacidade de fixação, a facilidade de deslocação
(através das presas), a proximidade com o Homem, nomeadamente pelo facto de
parasitarem os seus animais domésticos, o número de ovos por postura e os
ciclos de vida anuais, revelam a sua grande capacidade de adaptação e
disseminação e levam a que sejam olhados com preocupação. Cada espécie pode transmitir
diversos agentes infeciosos que causam doença no Homem, nomeadamente a
borreliose de Lyme e a febre escaro-nodular (febre da carraça), que em Portugal
é doença de notificação obrigatória desde 1950.
A captura de carraças decorreu em duas etapas a primeira em
campo aberto, num olival, no qual não conseguimos capturar nenhuma carraça. Na
segunda etapa procedemos a captura num animal, Canis
familiaris, vulgo cão.
Como se procede na captura de carraças:
Técnica: Flagging
- O pano turco, de cor branca é passado sob a vegetação, a uma velocidade constante
de 5 em 5 passos, elucidativo na figura 7
Figura 7 - Técnica Flagging |
Figura 8 - Verificar a existência de carraças |
- No animal procedeu-se a captura das carraças com uma luva e uma pinça.
Até à expedição, as carraças
foram mantidas em condições de refrigeração
Depois de realizada a captura é preenchido o respetivo boletim
- Depois de realizadas as capturas e no Centro de saúde procede-se ao acondicionamento dos recipientes para posterior envio. A técnica a utilizar é o Triple - Packing, ou seja os recipientes devem em primeiro lugar ser embalados em plástico e posteriormente acondicionados na embalagem e finalizar com o selar da caixa. Esta deve ser mantida em condições de refrigeração, os respetivos boletim devem ser incluídos dentro da caixa. Conforme se exemplifica nas Figuras 9, 10 e 11.
Figura 9 - Recipiente envolvidos no plástico |
Figura 10 - Embalamento |
Figura 11 - Caixa selada |
Coloco ao vosso dispor alguns sites relevantes sobre algumas medidas preventivas em relação aos vetores:
Os animais
são muitas vezes os primeiros a entrar em contato com os microrganismos,
contaminantes e poluentes que podem tornar as pessoas doentes. Devido aos sintomas
e respostas às condições ao seu redor os animais podem servir como um sistema
de alerta para ameaças potenciais à saúde humana.
O
canário na mina de carvão é um exemplo clássico de como os animais são
sentinelas da saúde humana. Canário Caged, sendo mais sensível do que os humanos
aos efeitos do monóxido de carbono e outros gases venenosos, salvou vidas no
início de 1900, alertando os mineiros para a presença de gás perigoso.
Figura 12 - Animal sentinela - Sentinel Species: Tree swallow at nest box, Holston River, Virginia. (Thomas Chapman) |
Hoje,
minhocas, andorinhas, morcegos, outros animais selvagens, e até mesmo os nossos
animais de estimação são todos animais sentinelas alertando-nos para as doenças e poluentes no nosso ambiente. Cientistas da USGS estão projetando e estudando
os sistemas que servem de sentinelas para ajudar a saúde pública a tomar
medidas preventivas antes de sérios problemas de saúde, tais como surtos de
doenças.
É importante o trabalho desenvolvido nesta área, tão peculiar, não só pela ligação com a prevenção de alguns tipos de doenças como pela descoberta de novas patologias. O técnico de Saúde Ambiental ministra com sucesso esta atividade.
Até Breve.
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