sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Projetos


PROJETOS DE INTERVENÇÃO


Figura 1 
Após a primeira reunião, com a nossa tutora e TSA (técnica de Saúde Ambiental) ficou decidido por propostas, mutuas, a criação de projetos de intervenção no âmbito da sensibilização. Desta reunião foram preceituados quatro projetos de intervenção comunitária, dois a nível do centro de saúde de Moura e dois no campo da saúde escolar (nomeadamente nas escolas que fazem parte do projeto “Lancheira Sorriso em Movimento”). 
Ficou decidido numa reunião “in focus grupo” criar um plano de projeto, de forma a captar melhor as atividades para cada um. 

Neste plano constam: 

  • Os títulos dos projetos 
  • Um breve resumo 
  • Objetivos
  • Público-alvo,
  • Benefícios esperados 
  • Recursos requeridos  
  • Partes envolvidas  


Destes quatro projetos, ficou também definido, que seriam implementados dois no mês de Outubro, os do centro de saúde de Moura e dois no mês de Novembro, os da saúde escolar.



Terminado o mês de Outubro e implementados os dois projetos e passo-vos a apresentar:

1º Projeto

BASTA TOCAR, PARA DESLIGAR  


O projeto de intervenção, “Basta Tocar, Para Desligar”, surge a propósito das preocupações  constantes com o ambiente e os consumos energéticos.




A importância do consumo energético versus ambiente


O facto de estarmos a consumir energia, na forma de eletricidade significa que as empresas de produção de eletricidade estão a consumir carvão e petróleo.
Este processo de produção de eletricidade implica emissões de CO2 para a atmosfera que representam um impacto ambiental e financeiro relevante para o país.

De acordo com o Instituto do Ambiente “...as alterações climáticas são, atualmente, consideradas uma das mais sérias ameaças ambientais a nível global, com fortes impactos nos ecossistemas, na saúde humana e nas atividades económicas” (Aceg; 2010), o que significa que cabe a todos os cidadãos e empresas agir de forma voluntária e pró-ativa para a diminuição das emissões de CO2.


Nos tempos correntes assiste-se a uma crescente preocupação com as questões relacionadas com o ambiente e o consumo excessivo de energia, no entanto esta preocupação é ainda insuficiente, como tal torna-se exemplar apostar na sensibilização para este tipo de questões.

 Mediante este fato o grupo (eu e os meus colegas, Flávio e João) decidiu atuar e estabelecer um princípio de ação. Devidas as características do Centro de saúde de Moura (pequena dimensão), ao público- alvo (profissionais de saúde e administrativos que laboram maioritariamente nos gabinetes) e a referência da TSA aos consumos de energia do centro de saúde de Moura, decidimos rebuscar um projeto (Mão, com a mensagem “desligar por favor”) realizado na cadeira de Seminários I e II, no âmbito do projeto Eco- Escolas, responsável pelo mesmo e docente da cadeira Prof. Cidália Guia.

 No entanto reformulamos a imagem da mão e inserimos o nosso título do projeto “ Basta Tocar, para Desligar”, em formato standard.


Assim o nosso projeto denominado “Basta tocar para Desligar”, tem como principal objetivo criar hábitos ambientais e sensibilizar para a poupança da energia, lembrando que se devem desligar todos os equipamentos elétrico, antes de se ausentar dos gabinetes ou salas de trabalho.   

Segundo o Despacho nº 4860/2013 de 09 de Abril, as entidades públicas do sector da saúde devem, no âmbito da implementação de um programa de eficiência energética, alcançar metas de redução relativamente a consumos de eletricidade e gás, consumo com água e produção de resíduos     

O projeto foi implementado no centro de saúde de Moura e foi nos sugerido pela TSA aplica-lo também no centro de saúde de Barrancos, ao qual aceitamos. Em relação a localização das mãos foram escolhidos três locais, estratégicos, os Interruptores, os comandos dos ares condicionados e os computadores. Como podemos visualizar nas figuras.


Figura 2 -início da colagem das mãos 
Figura 3 - Mão colada no comando do ar condicionado

Figura 4 - Mão colada no quadro


Após alguns dias da implementação do projeto a TSA informou-nos que recebeu criticas positivas de alguns membros do centro de saúde de Moura. O que corresponde a uma mais valia para o nosso trabalho.



















Após a implementação  fizemos chegar a todos os membros do Centro de Saúde um email a caracterizar o projeto. 

Com a criação deste projeto, pretende-se que o mesmo seja uma ferramenta útil para atingir os objetivos de redução dos consumos energéticos, bem como proporcionar hábitos ambientais.


2º Projeto

CONCELHO AMIGO, UTENTE PREVENIDO


Encontrando-se disponível no centro de saúde de Moura um placar (situado no corredor da zona de consultas) que pertence a serviço de saúde pública, ficou estabelecido na reunião inicial com a TSA que este iria comtemplar informação sobre a Saúde Ambiental. Os temas a a bordar seriam os de maior impacto e importância para coletividade. Um dos que foi sugerido foi a qualidade do ar interior em habitações, visto se adequar a população-alvo, maioritariamente idosos e também por ser um tema por vezes ignorado e de extrema importância para a saúde.

O que se entende por qualidade do Ar Interior (QAI)

 É as características químicas, físicas e biológicas do ar interior não residencial, em locais de trabalho ex., gabinetes, etc., espaços públicos interiores, não incluindo espaços interiores industriais ou na presença de operações que possam afetar o confortam ou saúde do ocupante. Fonte: Qualidade do ar interior em espaços interiores, Guia técnico; Agência portuguesa do Ambiente, Janeiro de 2009

A importância da qualidade do ar interior

Em muitos edifícios, a falta de qualidade do ar interior tem tido um impacto crescente na saúde dos seus ocupantes, dando origem a doenças crónicas (alergias respiratórias, cutâneas, …) para além de afetar os padrões de comportamento dos ocupantes com reflexos significativos no bem-estar e na produtividade dos mesmos. O controlo da QAI no interior dos edifícios é sem dúvida, um problema de saúde pública que importa solucionar, em benefício dos seus ocupantes.

Legislação

Para fazer face ao elevado peso que o sector dos edifícios representa no consumo energético, têm vindo a ser adotadas regulamentações que visam promover a melhoria do desempenho energético e das condições de conforto dos edifícios.

É neste contexto que surge a Diretiva nº 2002/91/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro, relativa ao desempenho energético dos edifícios. Esta diretiva foi transposta para a legislação nacional através de um pacote legislativo composto por três Decretos-Lei:


  1. ·         Decreto-Lei n.º 78/2006 de 4 de Abril, Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE)
  2. ·         Decreto-Lei n.º 79/2006 de 4 Abril, Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização dos Edifícios (RSECE)
  3. ·         Decreto-Lei n.º 80/2006 de 4 Abril, Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE)
No Decreto-Lei n.º 79/2006 de 4 Abril, entre outros aspetos, são definidos requisitos a observar no que se refere à qualidade do ar interior, através do estabelecimento de concentrações máximas admissíveis de poluentes e imposição de valores mínimos de renovação de ar por espaço, em função da sua utilização.


Este projeto tende  a ser um instrumento de informação, sensibilização e prevenção para todos os intervenientes do centro de saúde de Moura (maioritariamente idosos e  etnias). Como tal foi necessário recorrer a expressões de carater simples e de fácil apreensão  e ilustrações.


 Imagem do projeto finalizado na figura 5 e 6
Figura 5 
Figura 6
Figura 7 - Autores do projeto


















Um dos temas que deveria fazer parte das discussões sobre condições dos ambientes de trabalho é o Síndroma dos Edifícios Doentes, este encontra-se relacionado com a qualidade do ar interior. 

O nome “Síndromado edifício Doente”,  empregue pela primeira vez nos anos 70, refere-se a situação na qual sintomas reportados pelos ocupantes de um edifício, podem estar relacionados com a ocupação do mesmo.

 Tem havido bastante especulação sobre a causa ou causas do Síndroma do Edifício Doente. Defeitos nos projetos de design, e/ou a estrutura do sistema de ventilação podem estar envolvidos. O sistema de ventilação pode ser uma fonte contaminante. Reestruturação do interior do edifício com divisórias, pode também interferir com a eficiência do funcionamento de tais sistemas.

 Uma outra teoria, sugere que níveis baixos de contaminantes específicos, tais como produtos de materiais de construção, podem estar presente e atuarem sinergicamente, para causar problemas na saúde dos ocupantes. Humidade pode também ser um fator: elevada percentagem de humidade relativa pode contribuir para contaminantes biológicos; baixos níveis de humidade relativa,  (-30%, podem causar problemas de pele, irritação das mucosas, e desconforto pessoal. Outros fatores, tais como iluminação inadequada, aspetos ergonómicos, temperaturas extremas, ruído, e stress psicológico, podem ter impacto.

 A magnitude do problema é desconhecida. O relatório de um estudo feito pela Organização Mundial de Saúde, refere que pelo menos 30% de edifícios novos ou remodelados no mundo, causam excessivas reclamações sobre a qualidade do ar interior. Num estudo feito em edifícios de escritórios a nível nacional nos EUA, 24% dos ocupantes apresentam problemas de saúde relacionados com a  qualidade de ar no ambiente de trabalho, e 20% acreditam que a capacidade profissional e a qualidade de trabalho é afetada. 


Depois de terminados os dois projetos é gratificante ver o produto final e as conversas de corredor sobre os mesmos. Foram temas que gostei de abordar, porque para além de fazerem parte da área da Saúde Ambiental são importantes para a comunidade. A implementação nas Instalações do Centro de Saúde de Moura é importante por várias razões, mas principalmente porque deixamos uma marca do nosso trabalho. Esta relação com a comunidade é também gratificante para difusão da profissão, técnico de Saúde Ambiental  


Ate breve.

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