quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Vigilância sanitária de água


Vigilância Sanitária de Águas


O abastecimento público de água em termos de qualidade e quantidade é uma preocupação constante da humanidade, devido à sua escassez e à deterioração da qualidade da mesma nas suas origens devido à poluição recorrente da atividade do homem.

Uma das principais características da água é ser um veículo de dissolução das substâncias que a rodeiam, sejam elas gases (dióxido de carbono) ou metais presentes em solos e rochas.

Entre os compostos dissolvidos na água destacam-se:
Os compostos de Ferro e Manganês: estes compostos podem passar pelas estações de tratamento de água na forma dissolvida, vindo posteriormente a precipitar-se, por meio de oxidação química, na rede de distribuição causando o aparecimento de água com coloração castanha avermelhada;
Os metais pesados: mesmo em baixas concentrações, conferem à água características de toxicidade, tornando-a assim imprópria para grande parte dos usos; um exemplo típico é o Arsénio.













Desde há décadas que os serviços de saúde têm dedicado uma atenção especial à qualidade das águas destinadas ao consumo humano, tendo desenvolvido e aplicado conceito de vigilância sanitária.

A Vigilância sanitária de águas é um conjunto de ações desenvolvidas com vista à avaliação da qualidade da água e à preservação de riscos para a saúde pública, estas são realizadas pelos serviços competentes do Ministério da saúde, sob coordenação e responsabilidade das autoridades de saúde. (Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de Agosto)

Em relação as competências do Técnico de Saúde Ambiental, segundo o Decreto-Lei 117/95 de 30 de Maio, encontra-se a vigilância sanitária de sistemas de água para consumo humano, a vigilância sanitária das águas para utilização recreativa, e ainda na área de hidrologia e hidroterapia abrange a promoção e a participação em ações de vigilância e avaliação periódica das condições sanitárias dos estabelecimentos termais e de engarrafamento de aguas para consumo humano.

Na unidade de Saúde Pública de Moura, no âmbito do estágio, realizamos nos concelhos, colheitas a três tipos de água:
  • Água para consumo humano (abrange os sistemas de abastecimento público e sistemas de abastecimento particular de utilização pública)
  • Água mineral natural   
  • Águas recreativas (piscinas públicas e semi-públicos).

Uma das preocupações com patologias por causas hídricas é da água dos Fontanários públicos.


Cerca de 20 mil portugueses usam água de fontanários cuja qualidade não é controlada pelos municípios ou pelas autoridades de saúde, segundo um levantamento da entidade reguladora do sector. Em Portugal continental e nos Açores há mais de dois mil fontanários que não estão ligados à rede pública e que são à única fonte de abastecimento de água para um número estimado de 75 a 90 mil habitantes. Destes, 30 % não são sujeitos a avaliação do controlo ou vigilância sanitária da qualidade da água, refere o relatório do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR). Entre o que são submetidos a análises de controlo de qualidade verificou-se um elevado número de incumprimentos, a maioria dos municípios reportou uma % de violações dos parâmetros de qualidade superior a 50%. O IRAR conclui-o que, 15 a 20 mil habitantes recorrem a água de fontanários não ligados à rede de distribuição pública, cuja qualidade não é aparentemente controlada nem sujeita a vigilância sanitária. O recurso à água dos fontanários é ainda um hábito enraizado na população portuguesa e está muitas vezes associada à crença de que a água das fontes é que é boa para a saúde. O IRAR refere, segundo os municípios, acontece um pouco por todo o país “a frequente vandalização pelas populações locais das placas colocadas nos fontanários, avisadoras de água não controlada ou imprópria para consumo”.

A Deco Proteste desenvolveu um estudo e procedeu a um comunicado de impressa, sobre a qualidade da água dos fontanários. 


No total, 12 fontes fornecem água imprópria para consumo. As autoridades regionais (câmaras municipais, juntas de freguesia e delegações de saúde) já estão a par dos resultados. Em Caneças, a água excede o limite máximo de chumbo e alumínio. Em Abrantes, os valores de manganês, metal pesado perigoso por acumular-se no organismo, são elevados. Nas restantes dez (Almeida, Baião, Beja, Elvas, Loulé, Nisa, Santarém, Santiago do Cacém, Vale de Cambra e Santa Maria de Viseu), há contaminação bacteriológica por E. Coli, Enterococus, Clostridium Perfringens ou coliformes fecais. Entretanto, alguns municípios já procederam a remodelações da rede pública de água, a fim de reabilitar a sua qualidade, como Beja, Baião, Santiago do Cacém e Santarém”. 
(Deco Proteste; 30 de Junho de 2013)


Também a revista VISÃO publicou declarações de um estudo realizado sobre a água dos fontanários.


Em declarações à agência Lusa à margem da apresentação dos resultados de uma investigação que envolveu a qualidade da água de seis fontanários do concelho de Sardoal, o coordenador da Unidade de Saúde Pública (USP) daquele ACES, Rui Calado, defendeu o consumo da água da rede pela sua "excecional qualidade" em detrimento do consumo "indesejável" das águas de fontanários, potenciais transmissoras de vírus, bactérias e micro organismos que representam um "perigo evidente" para a saúde pública. Alertou para os riscos de consumir água de fontanários, recordando que a bactéria E.coli presente em alguns deles pode evoluir para uma nova estirpe, como aconteceu naAlemanha.”
(Visão;3 de Junho de 2013)

No concelho onde me encontro a estagiar, Moura, segundo a legislação Decreto - lei 306/2007Câmara Municipal de Moura resolveu não proceder ao controlo da água dos fontanários e colocar apenas as placas de água não controlada.

 


Brevemente irei falar sobre a vigilância sanitária de água para consumo humano e vigilância sanitária de águas recreativas. 

Até Breve.

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