SUPORTE
BÁSICO DE VIDA (SBV)
Olá
caros leitores!
O tema
desta publicação incide sobre o processo de emergência, Suporte Básico de Vida, doravante SBV.
Figura 1 - SBV |
Por
vezes os acidentes que provocam Paragem Cárdio Respiratória podem ocorrer fora de contexto hospitalar - em casa,
no trabalho, na estrada ou no decorrer de atividades desportivas e de lazer.
O socorrista é o primeiro interveniente, o seu
papel é primordial, limitado e temporário, devendo improvisar material e
executar os primeiros socorros com qualidade.
A
sua capacidade de avaliar rapidamente a urgência da situação e a aplicação
imediata dos conhecimentos, são determinantes - mesmo que o seu papel seja
limitado e temporário. O socorrista nunca deixa a vítima antes da
chegada da equipa especializada, pois sente-se responsável por ela.
De
acordo com o “Manual de SBV – Adulto”,do INEM – “o suporte básico de vida é
um conjunto de procedimentos bem definidos e com metodologias padronizadas, que
tem como objetivo reconhecer as situações de perigo de vida iminente, saber
como e quando pedir ajuda e saber iniciar de imediato, sem recurso a qualquer
utensílio, manobras que contribuam para a preservação da ventilação e da
circulação de modo a manter a vitima viável até que possa ser instituído o
tratamento médico adequado e eventualmente, se restabeleça o normal
funcionamento respiratório e cardíaco.”
No caso de não ser socorrida de imediato, cada minuto que
passa reduz drasticamente as probabilidades da vítima sobreviver – sendo o Primeiro Socorro essencial.
Identificar a situação,
ligar 112 e iniciar manobras de Suporte Básico de Vida, são ações essenciais para um socorro rápido e eficaz para a
vítima.
A identificação da
situação e o alerta para o 112 permitem a ativação dos meios adequados de
emergência médica.
Até à chegada dos meios de socorro, a execução correta das técnicas de Suporte Básico de Vida, permite manter
o aporte de oxigénio às células, aumentando as probabilidades de sobrevivência
da vítima.
É importante mencionar que as manobras de SBV não são, por si só,
suficientes para recuperar a maior parte das vítimas de paragem cárdio respiratória.
O INEM
produziu um vídeo, baseado em fatos reais, onde é possível visualizar todos os
passos do SBV.
Clique na
imagem.
À luz
dos conhecimentos atuais, consideram-se 4
as atitudes que determinam um bom socorro às vítimas de Paragem Cárdio respiratória: in SBV - INEM
- Reconhecimento precoce de uma situação de urgência e ativação dos serviços de emergência
- Manobras de Suporte Básico de Vida precoces
- Desfibrilação Automática precoce
- Suporte Avançado de Vida
Surge assim o conceito de Cadeia de Sobrevivência que traduz um conjunto de ações que “ligam” uma vítima de
Paragem Cardíaca Súbita à sua sobrevivência.
Figura 2 - Cadeia de Sobrevivência |
A AmericanHeart Association’s AHA sugere o uso da Cadeia de Sobrevivência.
E porquê abordar o tema Suporte Básico
de Vida?
No
decorrer do estágio curricular, o CDOS de Beja foi convidado pelo INEM a
realizar em Beja, um MASSTRAINING de
SBV (Suporte Básico de Vida). O desafio foi aceite e posteriormente atribuído à
valência da Sensibilização a organização deste evento. Deu-se início a um
grande trabalho de bastidores, - eu e a minha orientadora iniciamos os trabalhos
para que no dia 4 de junho, dia designado para a formação, tudo estivesse
pronto.
Figura 3 - Cartaz do MASSTRAINING de SBV - Beja |
Para
incorporar a formação, ficou decidido que seria um grupo de 120 pessoas e esta seria realizada apenas da parte da manhã. Depois de encontrado o espaço
adequado ao invento, o NERBE, foi necessário contactar os formandos. Para
participar na formação, ficou averbado, que seriam todas as entidades e
instituições que, por uma razão ou outra, estivessem em contacto com
aglomerados populacionais.
Foram
ao todo registadas cerca de cem entidades, que posteriormente foram contactadas
via email, a fim de preencherem a ficha de inscrição online. O prazo para essa
inscrição foram duas semanas, mas ao fim de uma semana já contávamos com mais
de 50% das inscrições. Durante as semanas que antecederam o invento foi
necessário aferir todos os pormenores, para o sucesso do mesmo.
Foi
muito gratificante fazer parte desta atividade, o trabalho em equipa foi uma
constante.
Pessoalmente foi uma experiência que
contribuirá para o meu progresso profissional. Saber como gerir, planear o
acontecimento, elaborar os documentos, selecionar os formandos, contactar e por
último verificar todos os pontos, foram situações que fizeram parte do meu
universo de trabalho nas últimas semanas.
Posso
afirmar que cresci profissionalmente.
Estas megas ações de formação de SBV têm
sido uma constante, desde o norte ao sul do país, passo a citar alguns
exemplos:
- Cidade de Bragança, Mirandela, Macedo de Cavaleiros…
“AULS do Nordeste, em parceria com o INEM, conseguiu concretizar este desafio que
era formar cerca de 1250 pessoas na área de influência desta ULS. Já fomos a
Bragança e Mirandela, hoje o desafio é Macedo e Vila Nova de Foz Côa. Está a
ser fantástico, o balanço é positivo. Esta formação é importante porque são
eles o primeiro elo, são eles que estão em contacto permanente com as pessoas,
são eles que conseguem identificar potenciais vitimas e se este primeiro elo falhar
não existem hospitais, nem meios pré-hospitalares, para ajudar as pessoas, este
é sem dúvida o elo mais forte. A adesão tem sido maciça nas várias cidades onde
já se desenvolveu este projeto. Para hoje, prevemos atingir cerca de mil
pessoas formadas.” In entrevista da responsável
pelas ações de sensibilização na delegação da zona norte, Isabel Castro.
O INEM
e todos os seus parceiros têm como objetivo, com a organização deste tipo de
invento, chegar às populações, alertar para a importância do pedido de
ajuda e a importância do suporte básico de vida.
Ao realizar o curso de Suporte Básico de Vida, o formando
ficará com competências para abordar a vítima em segurança, reconhecer a pessoa
inconsciente em paragem cárdio respiratória e saber quando pedir ajuda, executar
a abordagem básica da via aérea, massagem cardíaca e a posição lateral de
segurança.
Tal como as sabias palavras da responsável pelas
ações de sensibilização na delegação da zona norte, Isabel Castro, na suaentrevista: “É prático e útil, nunca se sabe. Quando uma pessoa trabalho com
crianças ou adultos nunca se sabe quem se pode sentir mal, tem que se interagir
antes do 112. É sem dúvida uma formação que toda a população devia ter porque
nunca se sabe quando vai acontecer e onde. Pode-nos acontecer a nós e não
sabemos se teremos ajuda ou não. Pode acontecer a um colega nosso, nós temos
essa formação e podemos salvar-lhe a vida.”
Em relação
aos motivos para aprender e praticar SBV, estes são inúmeros, passo a citar
alguns:
- Quase 80% dos casos de paragem cardíaca acontecem em casa e são presenciados por um membro da família;
- Menos de 10% sobrevivem. Isso por que a maioria das testemunhas não sabem fazer a reanimação básica;
- A reanimação feita por quem presencia a paragem cardíaca pode “dobrar” a hipótese de sobrevivência;
- Cada minuto após a paragem cardíaca diminui a hipótese de sobreviver em 10%;
- A paragem cardíaca súbita é normalmente causado por um ritmo cardíaco anormal chamado de fibrilação ventricular;
- As PCR também podem ser causadas por um infarto, choque elétrico ou por afogamento;
Em suma, o
SBV é um processo de emergência que todas as pessoas deveriam conhecer,
aprender e praticar.
Ao nível das
empresas este conhecimento seria fundamental para uma boa gestão, visto que Portugal apresenta um elevado número de acidentes de
trabalho, com particular incidência na construção civil e na indústria
transformadora. in Situação da Segurança e da Saúde no Trabalho.
De facto, são inúmeras as situações que possibilitam a
ocorrência de eventos que requerem um atendimento de urgência no ambiente
laboral, seja em virtude de acidentes, seja decorrentes de contatos
inadvertido com substâncias ou formas de energia capazes de produzir
traumatismos e lesões nos trabalhadores. Nestes casos, a forma como se é
socorrido irá influenciar de forma drástica a sobrevivência e a recuperação da
vítima.
A empresa ou estabelecimento, qualquer que seja a
organização dos serviços de segurança e saúde no trabalho, deve ter uma estrutura interna que assegure as atividades
de primeiros socorros.
No caso da profissão, técnico
de Saúde Ambiental, também esta deveria contemplar na formação académica de
base áreas como o SBV, devido ao grande contacto que estabelece com todos os
públicos.
Enquanto profissional na área da segurança e saúde no trabalho, não posso deixar de referir os fatores de risco a que se encontram sujeitos os profissionais das equipas de emergência médica. Com estudos produzidos nesse sentido, refiro um estudo publicado na revista brasileira de enfermagem, sobre os "Riscos ocupacionais em unidades de Suporte Básico eAvançado de Vida em Emergências", que tem como objetivo identificar os fatores de risco ocupacional a que se encontram expostos os profissionais das equipas de unidades de Suporte Básico e Avançado de Vida em Emergências. Para tal constitui sujeitos do estudo 40 trabalhadores de duas equipas do Sistema de Atendimento Médico a Urgência de uma cidade do interior do Estado de São Paulo.
No final do estudo, consoante a maioria dos trabalhadores,
identificaram-se os seguintes fatores de risco:
- Físicos (elevados níveis de temperatura e ruído ambiental);
- Químicos (manipulação de substâncias químicas);
- Biológicos (exposição a microrganismos e falta de materiais disponíveis).
No
que se refere aos riscos peculiares à atividade identificou-se:
- Risco de ocorrência de acidentes automobilísticos (90% dos trabalhadores), agressões física e moral (90% dos trabalhadores)
- Acidentes com material perfuro-cortante (72,5% dos trabalhadores).
- A violência foi descrita por 75 % dos trabalhadores como fator de risco mais preocupante no trabalho.
De acordo com a Agência Europeia da Segurança e Saúde no Trabalho, , os trabalhadores do sector da saúde têm de fazer face a
uma série de atividades e ambientes que constituem uma ameaça para a sua saúde
e os colocam em risco de doenças profissionais ou de acidentes de trabalho. Muitos dos contextos em que os trabalhadores do sector da
saúde executam as suas tarefas, bem como a multiplicidade de tarefas que
executam, podem apresentar uma grande
variedade de perigos.
O sector da saúde é muito vasto e apresenta-se como um grande empregador, empregando cerca de 10% do total de trabalhadores da União Europeia.
O sector da saúde é muito vasto e apresenta-se como um grande empregador, empregando cerca de 10% do total de trabalhadores da União Europeia.
Podemos concluir, que a melhor medida a implementar é a avaliação dos riscos profissionais; Esta constitui a base de uma gestão eficaz de
segurança e de saúde fundamental para reduzir os acidentes de trabalho e as
doenças profissionais.
Nós, enquanto técnicos de Saúde Ambiental e profissionais
qualificados nesta área, somos os mais habilitados para promover tal
competência.
Figura 4 - Avaliação do risco |
O seu contributo é
precioso.
Conto com o
seu comentário.
Até Breve.
Até Breve.
Sem comentários:
Enviar um comentário