sábado, 31 de maio de 2014

Sismos


Quando ocorre um sismo…




Olá caros leitores!


Depois de uma semana bastante agitada, eis que me encontro a escrever novamente sobre um novo tema.
O tema que vos trago é particularmente interessante, não só pelo fenómeno natural de que se reveste, como pela grande destruição que pode causar: os sismos.

Em Portugal utiliza-se mais o termo terramoto, que vem do latim terreamoto.

Figura 1 - Sismo

O fenómeno natural, sismo classifica-se como um “movimento vibratório brusco da superfície terrestre, a maior parte das vezes devido  uma súbita libertação de energia em zonas instáveis do interior da Terra. Os sismos mais violentos resultam na sua maior parte dos movimentos das placas custais particularmente em torno das margens do Oceano Pacifico e numa cintura que se estende através da Europa do Sul até  à Ásia.Os sismos menos violentos resultam em geral das erupções vulcânicas, desmoronamentos de terra e das explosões.”


A grandeza de um sismo pode ser medida de duas formas: pela magnitude e pela intensidade.

O livro “Conhecer para Prevenir”, promovido pela Autoridade Nacional de  Proteção Civil, desenvolve a temática referida anteriormente e esclarece todas as dúvidas que possa suscitar curiosidade, sobre o tema. Investigue!



Em relação a sismicidade histórica, “o território de Portugal Continental tem sofrido, ao longo do tempo, as consequências de sismos de magnitude moderada a forte, que resultaram muitas vezes em danos importantes em várias cidades e vilas do país, como o comprovam os diversos relatos históricos. O último sismo catastrófico que afetou o território do continente foi o sismo de 1 de Novembro de 1755, considerado por vários autores um dos maiores sismos de sempre (estimou-se a sua magnitude entre 8,5 e 9).” InSociedade portuguesa de Engenharia Sísmica

 

Este fenómeno de nível global merece destaque nos órgãos de comunicação social - No Jornal de Noticias pode ser consultado um quadro interativo com referência aos 10 sismos mais mortíferos de sempreClic no título e conheça um pouco da historia sismológica.

 

No que toca à Autoridade Nacional de Protecção Civil,  esta tem desenvolvido ao longo do tempo atividades conducentes ao conhecimento do risco sísmico e à sua minimização, a destacar:

  • Realização de exercícios, tal como o Exercicio PTQuake’09;

  • Estudo do Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve
  • Estudo do Risco Sísmico da Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes;
  • Participação em missões de observação de sismos ocorridos em diversas partes do mundo para recolha de ensinamentos (sismo de 17 de Janeiro de 1994 em Northridge, Los Angeles, E. U. A.; sismo de 7 de Julho de 1998 nos Açores; Turquia 1999; Argélia, 2003; Irão, 2003; Marrocos, 2004; Indonésia, 2004, L’Aquilla 2009);
  • Estudo das vulnerabilidades sísmicas de obras de arte (quatro viadutos pertencentes ao concelho de Lisboa),
  • Ações de informação e sensibilização da população e instituições.

É justamente neste âmbito, das ações de informação e sensibilização da população e instituições que se insere o meu estágio.

Como já referi em publicação anteriores, durante os 3 meses de estágio decorreram ações de sensibilização quinzenais no Centro Escolar Santa Maria, sobre diversas temáticas, sendo uma delas os sismos.

Para coadjuvar a sensibilização é visualizado o vídeo do TINONI.            


Uma das sessões destas ações foi inteiramente realizada e orientada por mim.
Esta experiência foi muito gratificante pois participei neste universo de interação com todas estas crianças.
Foi duplamente interessante dado que este público dos 3 aos 5 anos é extremamente exigente e intolerante e, consegui ao longo da atividade captar a sua atenção e conseguir a sua participação. 

Ressalvo a importância de cada temática abordada, durante estas ações de sensibilização, no contributo para a implementação de uma cultura de segurança.

Apresento algumas imagens da ação.

Imagem 1 
Imagem 2









Enquanto futura técnica de Saúde Ambiental, não posso deixar de salientar a relevância da profissão neste tema - os sismos.

Sendo que quando surgem situações suscetíveis de causarem ou acentuarem prejuízos graves à saúde, dos cidadãos ou dos aglomerados populacionais, assim como para o controlo dos fatores de risco, à entidade a quem compete a decisão de intervenção do Estado na defesa da saúde pública, na prevenção da doença e na promoção e proteção da saúde é a Autoridade de Saúde.

Os técnicos de Saúde Ambiental, em regime público, nos centros de saúde desempenham as suas funções na unidade de saúde pública e devido a sua formação, nas áreas da promoção da saúde, habitat e emergência, comportam habilitações que se destingem dos demais.


A gestão da emergência representa um ciclo de ação com as seguintes fases:
  1.  Pré-emergência;
  2.  Emergência;
  3.  Pós-emergência.
Figura 2 - Fases da Emergência 


Nestas 3 fases o campo de atuação do técnico de Saúde Ambiental incide:

1- Fase Pré-emergência

Nesta fase é importante colaborar-se na avaliação dos perigos e vulnerabilidades existentes em determinada comunidade, ou seja:
  • No levantamento, previsão, avaliação e prevenção de riscos coletivos de origem natural, humana ou tecnológica e análise de vulnerabilidades das populações e dos sistemas ambientais a eles expostos;
  • No planeamento de emergência promovido pelos serviços de proteção civil e em particular, desencadear a implementação dos planos específicos da saúde (Planos de Contingência), tais como os planos de alterações climáticas, epidemias, entre outros;
  • No planeamento de exercícios e simulacros destinados à manutenção da eficácia das respetivas equipas de intervenção;
  • Na identificação de indivíduos vulneráveis e no apoio ao estabelecimento de locais para abrigo.
  • Na identificação e caracterização de população vulnerável, assim como dos recursos disponíveis, permitem adequar e disponibilizar os recursos de saúde, sociais e locais (abrigos), atendimento de vítimas e mortuária.

 Os abrigos devem ser locais ou espaços que correspondam às necessidades e vulnerabilidades da população evacuada ou deslocada.


2- Fase de Emergência

Na Fase de Emergência, as atividades a desenvolver centram-se no socorro e assistência imediata às vítimas e na implementação de medidas que limitem os possíveis efeitos secundários da emergência.

As atividades de saúde ambiental coordenadas pela Autoridade de Saúde, têm como finalidade:
  • Prevenir as doenças e controlar fatores de risco decorrentes da situação de emergência;
  • Garantir que o fornecimento de bens essenciais é efetuado em qualidade e quantidade, tal como a alimentação;
  • Garantir que a distribuição de água potável para consumo humano é feita de acordo com as regras higio - sanitárias adequadas;
  • Garantir as medidas adequadas a minorar os riscos decorrentes das alterações das redes de saneamento básico e recolha de resíduos (estações de tratamento de esgotos e aterros sanitários);
  • Garantir a vigilância adequada de vetores em colaboração com a Autoridade Veterinária;
  • Garantir a adequada vigilância da higienização das estruturas de apoio (saúde e sociais).

3- Fase Pós-emergência

Na Fase Pós-emergência as ações a desenvolver visam o restabelecimento do quotidiano das pessoas, protegendo-as dos possíveis efeitos secundários das situações de emergência.

  • Avaliação dos danos  -  A identificação dos danos originados pela situação de emergência é importante para a avaliação de riscos secundários bem como para a continuidade de assistência à população.
  • Vigilância Epidemiológica - Para a deteção de alterações aos fatores determinantes e condicionantes do estado de saúde da população, em particular os ambientais, é essencial que se desenvolvam ou reforcem Programas de Vigilância Epidemiológica, tais como:
Figura 3 - Programas de vigilância 






Um Comentário …uma dica…


Sabe o que fazer  antes, durante e depois de um Sismos


Se não… Siga as medidas de autoproteção contidas neste folheto - SISMOS e divulgue-as.





O seu contributo é precioso.

Conto com o seu comentário.



Até Breve

 




quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sensibilização


Sensibilizações




Olá caros leitores!


Hoje, ao contrário das publicações anteriores, não irei incidir num tema específico mas sim apresentar-vos uma compilação de todas as sensibilizações que realizei, até a altura, no estágio curricular.

As ações de sensibilização são uma ferramenta importante para se fomentarem mudanças de atitudes, com vista a comportamentos mais sustentáveis.

Apesar da sensibilização por si só não levar a mudanças permanentes, é um passo importante para a consciencialização dos cidadãos relativamente aos problemas contemporâneos.

Assim, pretende-se com o desenvolvimento de ações de sensibilização na área da Proteção Civil, sensibilizar não só para as tónicas inerentes à área como promover uma cultura de segurança.

Um exemplo deste tipo de ações é o trabalho que se realiza ao nível da sensibilização nas escolas, na atuação do Clube de Proteção Civil.

O Clube de Proteção Civil, é criado no âmbito do programa nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil, para a prevenção da ocorrência de acidentes.

Tem como missão fornecer informação e preparar a comunidade educativa sobre os procedimentos corretos a adotar em situações de emergência.

E pretende sensibilizar o público infantil e juvenil no sentido de maximizar de forma a adquirirem competências específicas no quadro de proteção civil.

Nas escolas, e no âmbito do Clube de Proteção Civil desenvolvem-se atividades como projeção de vídeos, subordinadas a temas das áreas da Proteção Civil:
  • sismos,
  • segurança em casa,
  • segurança nos espaços públicos  
  • prevenção dos incêndios florestais
  • segurança na praia…


Estes temas são depois trabalhados e preconizam pequenas discussões entre o orador e a criança este tipo de estratégia permite esclarecer algumas dúvidas e emitir conhecimento.

Durante o estágio foram realizadas algumas ações de sensibilização na Escola E B 2,3 de Santa Maria, como já referi em algumas publicações anteriores. A cronologia destas ações foi realizada sempre de acordo com plano de atividades do clube de Proteção Civil da escola.


Exibo algumas imagens 



Sensibilização sobre a Prevenção dos Incêndios  Florestais  - Escola EBI de Santa Maria de Beja, turmas do pré-escolar


Sensibilização com os pais dos alunos com corolário das atividades  



Para além da sensibilização, em sala de aula, no âmbito dos Clubes também se realizam atividades e visitas de estudo com os alunos.

Um dos Clubes de Proteção Civil promove a inclusão de crianças com deficiências, funcionando como uma mais-valia para o desenvolvimento motor e psíquico, destas crianças. O Clube em questão promove atividades de grupo, jogos, passeios, visitas de estudo. Estas atividades são sempre direcionadas para promoção de uma cultura de segurança.


Apresento-vos algumas dessas imagens


Visita ao Regimento de Infantaria nº 3 de Beja

Turma do Clube de Proteção Civil 

Piquenique do clube de Proteção Civil 


Jogo do fogo no piquenique do Clube de Proteção Civil



Outro dos Clubes de Proteção Civil, Escola Secundaria D. Manuel I, promoveu atividades no âmbito das acessibilidades e prevenção rodoviária, cuja tónica foi a condução sob o efeito do álcool e drogas.


Clube de Proteção Civil Escola Secundaria D. Manuel I,  Alcoolkart

Clube de Proteção Civil Escola Secundaria D. Manuel I,  Alcoolkart
Clube de Proteção Civil Escola Secundaria D. Manuel I,  Alcoolkart


Escola Secundaria D. Manuel I, Acessibilidades

Escola Secundaria D. Manuel I, Acessibilidades

Escola Secundaria D. Manuel I, Acessibilidades


Para além destas atividades, nas escolas, produzem-se materiais, que à posteriori são direcionados para exposições - projeto linha de emergência 112, da exposição da Biblioteca Municipal José Saramago de Beja, para a comemoração do dia 1 de Março, Dia internacional da Proteção Civil.


Deixo-vos algumas imagens dos trabalhos realizados pelos alunos do pré-escolar




Exposição de trabalhos na Biblioteca Municipal 

Exposição de trabalhos na Biblioteca Municipal 

Exposição de trabalhos na Biblioteca Municipal 


Exposição de trabalhos na Biblioteca Municipal 


Para além da sensibilização nas escolas, o núcleo do CDOS, da Autoridade Nacional de Proteção Civil, onde estou a realizar o meu estágio, também promove ações de sensibilização para um público mais vasto - participação em feiras; Feira das profissões em Aljustrel e Feira de Garvão.


Estas Ações de sensibilização são realizadas em conjunto com outros agentes de Proteção Civil - Bombeiros e Força Especial de Bombeiros (canarinhos).

No decurso da atividade da Feira das Profissões em Aljustrel e, na sequência da ausência da orientadora de estágio, o Codis determinou que engloba-se a equipa de orientação e organização do espaço e respetivos materiais.   


Feira das Profissões em Aljustrel


Feira das Profissões em Aljustrel

Uns dos materiais utilizados nesta feira, foi a projeção de um filme.


Este filme foi elaborado por mim e pela estagiária de Proteção Civil, com a supervisão da orientadora de estágio.


Feira das Profissões em Aljustrel


Feira das Profissões em Aljustrel


Na feira de Garvão, para além da sensibilização ao público, realizou-se também uma sensibilização direcionada às crianças do pré-escolar e do 1º ciclo, das Escolas de Garvão.


Os temas escolhidos para a sensibilização foram - a Prevenção de Incêndios nas Florestas e a Segurança na Praia.


Feira de Garvão

 Feira de Garvão

Esta sensibilização decorreu em moldes extraordinários, visto o espaço não dispor de condições. Ou seja, o espaço era composto por dois contentores, os quais tivemos que fechar as janelas para evitar a entrada de luz na projeção do filme. No que toca às condições atmosféricas, estas não foram as melhores, pois a temperatura que se fazia sentir dentro do contentor era excessivamente alta. Por último as outras atividades que decorriam na feira, exemplo a transmissão da rádio, também não ajudaram na propagação da mensagem, devido ao ruído. 


É importante referir estas situações negativas, de forma a alertar para o tratamento que é dado as ações de sensibilização. A sensibilização e prevenção são assuntos sérios, importantes e necessários para fomentar uma cultura de segurança, pelo que não devem ser descurados.

A ponte entre a sensibilização na área da Proteção Civil e a Saúde Ambiental é evidente na construção e formação do cidadão.

Na área da Saúde Ambiental a sensibilização e consequente educação ambiental direcionam-se de forma a permitir uma utilização mais responsável e eficiente dos recursos ambientais com o objetivo de alcançar o tão desejável desenvolvimento sustentável - um desenvolvimento que satisfaça as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas, garantindo a capacidade de reposição e regeneração dos recursos naturais, assegurando a manutenção da diversidade biológica, da qualidade do ar, da água e do solo, preservando a saúde pública e optando pela qualidade ambiental. A sensibilização nesta área tem como objetivo informar e esclarecer a populações sobre os temas referidos anteriormente, procurar e transmitir possíveis soluções e, desta forma, transformar os cidadãos em participantes ativos.

A área da Proteção Civil consciente da importância que a informação pública tem, na adoção de comportamentos preventivos e na minimização de situações de risco, tem vindo a investir de uma forma crescente nesta temática. Protagonizando diversas ações de formação e de sensibilização dirigidas principalmente à comunidade escolar, a instituições de apoio a crianças e idosos, abrangendo uma panóplia de temas - como riscos sísmicos, prevenção de inundações, segurança na escola, planos de prevenção e emergência na escola, entre outros… 

Estratégias de sensibilização e de educação para o risco, procuram assim incentivar o desenvolvimento de todos, em matérias que se prendem com a proteção e segurança. Na procura de cidadãos mais conscientes e informados, mais ativos, na adoção de comportamentos de prevenção e autoproteção face aos riscos coletivos. 




O seu contributo é precioso.
Conto com o seu comentário.


Até Breve







segunda-feira, 12 de maio de 2014

Agentes químicos


Agentes Químicos



Olá caros leitores!




“O agente químico é qualquer elemento ou composto químico, isolado ou em mistura, que se apresente no estado natural, ou seja, produzido, utilizado ou libertado em consequência de uma atividade laboral, inclusivamente sob a forma de resíduo, seja ou não intencionalmente produzido ou comercializado e que possa originar riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores devido às suas propriedades físicas, químicas ou toxicológicas e à forma como é utilizado ou se apresenta no local de trabalho.” In Decreto-Lei n.º 98/2010 de 11 deAgosto. 


Atualmente, a utilização de agentes químicos é prática comum, não só na indústria, como também em inúmeras atividades profissionais e, até em casa, em rotinas quotidianas.

As substâncias químicas constituem o mais extenso dos grupos de fatores de risco de natureza profissional. O número de substâncias químicas a que se encontram expostos os trabalhadores aumenta dia a dia, sendo atualmente conhecidas mais de 100 000. 

Independentemente do seu grau de perigosidade intrínseco, qualquer manipulação não segura de agentes químicos poderá comportar sérios riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores.

A utilização geral de agentes químicos está sujeita a regras estipuladas pela lei. O Decreto-Lei n.º 290/2001 de 16 deNovembro estabelece as regras de proteção dos trabalhadores contra os riscos de exposição a agentes químicos. A finalidade deste diploma é conferir proteção da segurança e saúde dos trabalhadores contra os riscos existentes, ligados à exposição a agentes químicos no local de trabalho, e também estabelecer valores limite de exposição profissional a algumas substâncias químicas.

Uma vez que os produtos químicos podem envolver potenciais efeitos adversos para os seres humanos e para o meio ambiente, vários países e organizações regulamentaram a sua classificação (identificação das propriedades perigosas) e rotulagem. 

Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho,de 16 de Dezembro de 2008, relativo à Classificação, Rotulagem e Embalagem de substâncias e misturas químicas (Regulamento CRE) introduz, em todo o espaço da União Europeia, um novo sistema de classificação e rotulagem de produtos químicos, baseado no Sistema Mundial Harmonizado das Nações Unidas (GHS da ONU). Este regulamento já está em vigor para os produtos puros, como a acetona e o amoníaco e, até 2015, vai ser aplicado progressivamente para os produtos que misturam várias substâncias perigosas, como a maioria dos produtos de limpeza.


Princípios Básicos do Regulamento CRE

Regulamento CRE aborda os perigos inerentes às substâncias e misturas químicas e o modo como informar terceiros sobre os mesmos, cabendo à indústria identificar os respectivos perigos antes da sua colocação no mercado e classificá-las em conformidade. No caso de uma substância ou mistura ser considerada perigosa, ela deverá ser acompanhada de uma ficha de dados de segurança e rotulada de maneira que os trabalhadores e os consumidores tenham conhecimento dos seus efeitos, antes de a manusear.
Foram definidos três tipos de perigos principais:
  • Perigos físicos (inflamáveis, explosivos, comburentes, substâncias/misturas auto-reactivas);
  • Perigos para a saúde (irritantes; nocivos, corrosivos, mutagénicos, tóxicos);
  • Perigos para o meio ambiente(ex: toxicidade aquática aguda).

Este regulamento introduz ainda novos pictogramas de aviso, caracterizados por um fundo branco e um bordo vermelho, enquanto que os antigos símbolos da UE têm o fundo laranja com um bordo preto.

De seguida é possível verificar a nova simbologia dos produtos químicos, em comparação com a antiga:




Para uma informação mais individualizada consulte a organização European Chemicals Agency -  A ECHA é a principal força promotora entre as autoridades reguladoras da implementação da legislação inovadora da UE em matéria de produtos químicos com o objetivo de beneficiar a saúde humana e o ambiente, bem como da inovação e da competitividade. A ECHA ajuda as empresas a cumprir a legislação, promove a utilização segura dos produtos químicos, fornece informações sobre produtos químicos e gere substâncias químicas que suscitam preocupação.


Os agentes químicos podem estar presentes no ambiente de trabalho no estado líquido, sólido ou gasoso.
Podem ter origem em partículas sólidas, resultantes do manuseamento de produtos que se encontram sob a forma de pó ou por desintegração com origem em processos mecânicos. Podem também ter origem no manuseamento de produtos químicos líquidos ou sob a forma de gases (que podem também ter origem na evaporação de produtos líquidos ou sólidos).

A penetração no organismo pode dar-se através da pele, pelas vias respiratórias (inalação) ou por ingestão.

Os efeitos na saúde dos trabalhadores dependem (entre outros fatores) da forma como os agentes entram em contacto com o organismo e podem fazer-se sentir na pele e nas mucosas provocando irritações cutâneas e queimaduras, nas vias respiratórias (provocando irritações, bronquites, edemas e cancros pulmonares e interferindo com as trocas gasosas provocando asfixia) ou podem ter efeitos nefastos no aparelho digestivo (daí a importância de restringir a possibilidade de os trabalhadores comerem ou fumarem nos locais de trabalho).

Mas certos agentes químicos podem penetrar no organismo, por qualquer das vias referidas ou em conjunto e ao ser absorvidos passam na corrente sanguínea para órgãos alvo onde têm efeitos prejudiciais – fígado, rins, sistema nervoso central 



As medidas ou avaliação destes agentes químicos, em suspensão no ar, são obtidas por meio de aparelhos especiais que medem a concentração, ou seja, a percentagem existente em relação ao ar atmosférico de um determinado poluente químico.

É a partir destas medições que se estabelecem os Valores Limites de Exposição (VLE), que não são mais do que as concentrações máximas, permitidas por lei, de diferentes substâncias existentes no ar dos locais de trabalho, acima dos quais a saúde dos trabalhadores pode ser afetada. Abaixo destes valores a exposição contínua do trabalhador não representa qualquer risco para o mesmo.

Estes valores limites obedecem a filosofias diferentes, conforme o país.
Por exemplo - na ex-URSS estes valores nunca devem ser ultrapassados ao longo do dia, mesmo em curtos espaços de tempo, isto é, são limites absolutos designados por MAC (Maximum Admitted Concentration), concentração máxima admissível, e TSRAL (Temporary Safety Reference Action Level), nível de ação de referência de segurança temporária, e é um valor médio ponderado para uma jornada de trabalho de 8 horas, que constituem uma semana de trabalho de 40 horas. Em França, são referidos os VME (ValuesMédian de Exposition), valores médios de exposição, e que são idênticos aos TLV dos EUA abaixo indicados. No Reino Unido, estes valores são identificados como MEL (Maximum Exposition Limit), limite máximo de exposição, e OES (Occupation Exposition Standard), padrões de exposição ocupacional, e foram designados pelo ACTS (AdvisoryCommittee on Toxic Substances). Nos EUA, existem vários organismos a estabelecer estes valores: o NIOS, National Institute for Occupacional Safety and Health), que é responsável pelas recomendações de padrões de saúde e segurança REL (RecommendedExposure Limits), as quais são baseadas em todos os conhecimentos médicos, biológicos, químicos e técnicos ou outras fontes de importância relevante existentes e acessíveis; a ACGIH (American Conference of Governmental IndustrialHygienists), que estabelece valores que são internacionalmente conhecidos como TLV (Threshold Limit Values), valores limite de exposição para várias substâncias químicas; a OSHA (Occupacional Safety and Health Administration), que designou estes valores como PEL (Permissible Exposure Limits), conferindo-lhes valor legal. in Segurança e Higiene no trabalho


Os limites máximos de concentração de cada um dos produtos diferem de acordo com o seu grau de perigosidade para a saúde, sendo que na legislação ambiental portuguesa constam os valores limite de exposição de diferentes substâncias (NP– 1976:2007).

Quando as substâncias químicas são absorvidas pelo organismo em doses elevadas, e quando ultrapassam os Valores Limites de Exposição provocam lesões nos trabalhadores. Os efeitos no organismo vão depender da dose absorvida e da quantidade de tempo de exposição a essa dose.

Desta forma e com o objetivo de assegurar o controlo total dos riscos para a saúde das pessoas, o Decreto-Lei n.º 290/2001,de 16 de Novembro estabelece para a entidade patronal a obrigação de determinar a presença de agentes químicos perigosos no local de trabalho, de os eliminar e, quando isso não seja possível, de avaliar o risco que deles possam advir.

A avaliação de riscos é basicamente um processo informativo e de estudo das propriedades perigosas dos agentes químicos presentes, assim como das condições em que se trabalha com eles. Permite determinar os riscos existentes, os trabalhadores expostos, os possíveis danos que podem ocorrer e avaliar a possibilidade de esses danos se concretizarem.

Deve entender-se que os riscos a avaliar no âmbito do Decreto-Lei n.º 290/2001,de 16 de Novembro, são os que advêm da existência de agentes químicos perigosos, que podem ser um ou vários dos indicados .


A avaliação dos riscos pode ser efetuada com diferentes graus de profundidade. Nesse sentido, e como alternativa às avaliações-pormenorizadas e complexas, em alguns casos, pode optar-se por metodologias de avaliação dos riscos simplificadas.
Seguem- se algumas variáveis:
  • as propriedades perigosas dos agentes químicos, em particular a informação contida na ficha de dados de segurança que o fornecedor tem a obrigação de facultar, e os valores-limite de exposição profissional fixados por lei;
  • o tipo de exposição (cutânea, inalatória, etc);
  • a duração da exposição;
  • as condições de trabalho no que se refere aos agentes em causa, incluindo as quantidades dos mesmos;
  • sempre que disponíveis, as conclusões retiradas dos estudos de vigilância da saúde.
  • os perigos derivados da natureza físico-química dos agentes químicos;
  • os factores de risco identificados no armazenamento, transporte e utilização;
  • as consequências previstas em caso de concretização.


Para avaliar este tipo de riscos existem metodologias complexas como a HAZOP, as árvores de falhas, as árvores de sucessos, etc., que devem ser utilizadas sempre que se verifique o seguinte:
  1. As consequências da concretização do risco podem chegar a ser muito graves, tanto em termos de perdas humanas como materiais ou ambientais,seja na própria empresa ou fora dela;
  2.  A sua aplicação requer habitualmente a participação de uma equipa de trabalho que garanta o conhecimento profundo de diversas áreas (processo, instrumentação, manutenção, prevenção, engenharia, etc.);
  3.  Face à gravidade das possíveis consequências, é habitual centrar a análise no dano máximo que o acidente pode causar (top event).

Por outro lado, também se pode utilizar as avaliações simplificadas quando não é razoável prever que o acidente pode vir a ter consequências catastróficas. Regra geral, não têm por objetivo calcular o valor absoluto do risco mas, dada a sua simplicidade, permitem obter apenas um conhecimento aproximado da dimensão do risco que muitas vezes é suficiente para hierarquizar os riscos e, consequentemente, fixar prioridades para a ação preventiva.

Fontes consultadas para a elaboração do texto anterior:

Devem ser adotadas medidas de prevenção ou controlo quando o resultado da avaliação de riscos revelar risco para a segurança e saúde dos trabalhadores. 

Apresenta-se algumas medidas:

Figura  - Medidas



O seu contributo é precioso.
Conto com o seu comentário.


Até Breve