Vigilância
Sanitária de Águas de Utilização Recreativa
e
Água
Mineral Natural
Água Recreativa
Nos
últimos anos, a nível municipal, houve um grande investimento no equipamento
dos conselhos com piscinas municipais de modo a que a população pudesse ter
acesso a uma atividade física e lúdica, durante todo o ano. O número de
utilizadores destes espaços tem vindo a aumentar, especialmente dos grupos
etários mais baixos, nomeadamente crianças em idade pré-escolar e escolar, e
também nos idosos.
Com
o aumento do número de utilizadores é importante uma rigorosa vigilância da
qualidade da água, de forma a evitar doenças de transmissão hídrica.
O
programa de vigilância sanitária das piscinas, visa avaliar a qualidade da água
dos tanques e verificar as condições das instalações, com o objetivo de evitar
ou reduzir os riscos para a saúde dos seus utilizadores.
Neste
programa, estão incluídas as piscinas públicas e particulares de utilização
pública, nomeadamente as integradas em estabelecimentos turísticos, escolas,
ginásios e health clubs.
No
âmbito da vertente tecnológica do
programa de vigilância sanitária das piscinas, pretende-se identificar,
conhecer e avaliar, as condições de instalação e funcionamento das piscinas
(aspectos construtivos, organização dos espaços, revestimentos, circuitos
hidráulicos e equipamentos de tratamento de águas, produtos químicos
utilizados, higienização da piscina, etc.) e serviços anexos (instalações
sanitárias, balneários e vestiários, postos de socorro, etc.), através de
vistorias e apreciação de projectos.
A vertente analítica, pretende aferir
acerca da qualidade da água dos tanques, e compreende o planeamento das
colheitas, sua realização e posterior análise laboratorial, para pesquisa de
indicadores microbiológicos de contaminação e determinação de parâmetros
físico-químicos. Alguns parâmetros como o cloro residual livre, cloro
combinado, pH e temperatura são determinados localmente aquando das colheitas.
“Segundo o Decreto-Lei n.º 82/2009 de 2 de Abril, compete às
autoridades de saúde “vigiar o nível sanitário dos aglomerados
populacionais, dos serviços, estabelecimentos e locais de utilização pública e
determinar as medidas corretivas necessárias á defesa da saúde publica.”
A vertente epidemiológica é da
competência das autoridades de saúde, as quais deverão realizar estudos
orientados para a avaliação do risco para a saúde da qualidade da água dos
tanques, quando justificados pelos dados analíticos e epidemiológicos, e visa
estudar o impacto destes espaços na saúde dos seus utilizadores.(ARS Alentejo)
O serviço de saúde tem um programa de
vigilância da qualidade da água, como tal, nós os estagiários em conjunto com a
TSA, realizamos colheitas de água as piscinas municipais cobertas de Moura.
Figura 2 |
Para se proceder a colheita de água, em
piscinas, é necessário recorrer a várias técnicas consoante a finalidade.
Técnica de colheita para análise
microbiológica
Técnica de colheita à superfície
- Utilizar calçado adequado;
- A colheita deve ser efetuada no local mais afastado da entrada de água na piscina;
- Desinfetar as mãos;
- Destapar o frasco o mais próximo da água possível, sempre com a tampa virada para baixo;
- Mergulhar o frasco em posição inclinada sem que a boca fique completamente submersa;
- Deslocar o frasco para a frente, de modo a captar a camada superficial. O frasco não deve ficar completamente cheio;
- Retirar o frasco, fechá-lo e identificá-lo;
- Colocar o frasco na mala térmica.
Técnica de colheita em
profundidade
- Prender as cordas aos dispositivos de armação do frasco mantendo-o dentro da caixa de proteção;
- Retirar o frasco da caixa de proteção e submergi-lo até meia altura da piscina;
- Acionar a corda de abertura do frasco;
- Depois de cheio, fechar o frasco e retirá-lo da água;
- Identificar o frasco e colocá-lo na caixa metálica;
- Colocar a caixa metálica na mala térmica.
Técnica de colheita para a análise
química
- O local de amostragem deve ser o mais próximo das saídas de água;
- Proceder à desinfeção das mãos ou utilização de luvas estéreis;
- Destapar o frasco na proximidade da água, conservando a tampa virada para baixo;
- Mergulhar o frasco em posição vertical a uma profundidade de cerca de 20 cm, inclinando-o para encher;
- Deslocar o frasco para a frente até ao seu enchimento. O frasco deverá ficar completamente cheio;
- Retirar o frasco, fechá-lo e identificá-lo.
- Colocar o frasco na mala térmica.
- Também se procedeu a medição de parâmetros do local, foram eles o cloro residual livre, o pH e a temperatura.
A vigilância sanitária de águas recreativas tem vindo
a evoluir em relação aos parâmetros microbiológicos, a analisar, por exemplo, a Instituição
EPA, United States Environmental Protection Agency, lançou em 2012 critérios
finais da qualidade da água recreativa. Estes refletem os mais recentes
conhecimentos científicos, os comentários públicos e as revisões. Os novos
critérios são projetados para proteger o público da exposição a níveis
perigosos de agentes patogénicos, aquando de práticas aquáticas
Também a Health Canada, criou, Diretrizes para a Qualidade da Água de Recreio Canadiense, que tem como objetivo principal a proteção da saúde pública. As
diretrizes descrevem o conhecimento científico atual sobre os riscos de saúde e
de segurança associados com o uso da água de lazer.
É importante investir na vigilância das águas recreativas, uma vez que as doenças por causas hídricas tem vindo a aumentar, algumas patologias que se encontram associadas a utilização das água das piscinas:
- Febre faringo-conjuntivital;
- Meningites;
- Encefalites;
- Pneumonites;
- Gastroenterites,
- Conjuntivites;
- Tumores cutâneos benignos;
- Pé de atleta;
- Impetigo;
- Leptospirose;
- Legionelose;
- Otites;
- Sinusites;
Água Mineral Natural
Figura 3 |
De acordo com a DIRECTIVA 2009/54/CE DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO de18 de Junho de 2009 relativa à exploração e à comercialização de águas minerais
naturais, entende-se por «água mineral natural» uma água microbiologicamente
pura, tendo por origem um lençol ou um jazigo subterrâneo e proveniente de uma
nascente explorada através de uma ou várias emergências naturais ou perfuradas.
A água mineral natural distingue-se claramente da água de bebida ordinária:
a) Pela sua natureza, caracterizada pelo seu teor em minerais,
oligo-elementos ou outros constituintes e, eventualmente, por determinados
efeitos; b) Pela sua pureza original, Tendo ambas as características
permanecido intactas devido à origem subterrânea dessa água que a manteve ao
abrigo de qualquer risco de poluição.
b) Pela sua pureza original, tendo ambas as características permanecido
intactas devido à origem subterrânea dessa água que a manteve ao abrigo de
qualquer risco de poluição.
Importa ainda referir em acordo com o
Decreto-Lei n.º 72/2004 de 25 de Março que em determinadas águas minerais naturais
podem estar presentes, no estado natural, constituintes que, devido à sua
origem hidrogeológica, podem representar um risco para a saúde pública a partir
de uma certa concentração.
As águas minerais naturais são caracterizadas pela sua composição
físico-química, que as distingue das outras águas de consumo humano, não
podendo ser submetida a tratamento que lhes alterem as suas propriedades, para
além dos descritos no artigo 6º do Decreto-Lei n.º 72/2004 de 25 de Março, que
estabelece a lista dos limites de concentração e as suas menções constantes do
rótulo para os constituintes das águas minerais naturais, bem como as condições
de utilização de ar enriquecido em ozono para tratamento das águas minerais
naturais e das águas de nascente.
Durante o estágio foram
realizadas duas colheitas, em duas estações de captação. Segue abaixo a
técnica de colheita utilizada.
Técnica de Colheita
- O técnico da colheita deve estar devidamente equipado com touca, calçado adequado, bata, máscara, luvas estéreis ou proceder à desinfeção das mãos;
- Flamejar a torneira onde se efetuar a colheita;
- Abrir o frasco o mais próximo da torneira, sempre com a tampa virada para baixo;
- Encher o frasco e fechá-lo;
- Identificar o frasco e colocá-lo na mala térmica.
Depois de efetuadas as colheitas e os frascos serem acondicionados nas malas térmicas, devem ser transportados para o laboratório de Saúde Pública para a respetiva analise
Como futura técnica de saúde ambiental é com grande relevância
que desempenhei esta atividade visto no meu entender ser uma das áreas com
maior importância de intervenção para população. A água é desinfetada para
eliminar os organismos patogénicos e, consequentemente, evitar as doenças
transmitidas pela forma hídrica, sendo um dos instrumentos mais valiosos na
promoção e preservação da Saúde Pública.
“A água é a única bebida para um homem sábio.” (Henry David
Thoreau)
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