domingo, 8 de dezembro de 2013

Reflexão Final

Terminou mais uma etapa da minha vida, para poder iniciar outra, porque a vida é uma sucessão de etapas que temos que ir ultrapassando para poder progredir.

O estágio III foi uma etapa que tinha de ser realizada para poder prosperar no meu curso, ao início o medo fez-se sentir, a insegurança era alguma, porque sai da zona de conforto e fui para uma cidade nova, conhecer pessoas novas e principalmente contatar com a nossa realidade profissional podendo passar da teoria à prática.

Com o passar do tempo a insegurança e medo foi diminuindo, muito porque as pessoas vão-se dando a conhecer, as tarefas a realizar vão-se revelando mais fáceis e tudo se torna mais acessível.

Foi uma soma de trabalho e dedicação, de objetivos e oportunidades que penso ter sabido agarrar.

Apesar das palavras que escrevi sobre as atividades que realizei ao longo dos dois meses de estágio, tenho a certeza que nem sempre consegui transmitir as experiências vividas. A realidade, é que nem sempre é possível transcrever em palavras as experiências vividas como estagiária de Saúde Ambiental.

Foi uma enorme aventura pelo mundo da saúde ambiental, tocando em áreas como a segurança alimentar, saúde escolar, vigilância sanitária das águas, entre outras áreas onde o técnico de saúde ambiental desempenha uma importante intervenção em prol da saúde e do bem-estar da população.

Se algum dia as incertezas foram muitas em relação a seguir o curso de Saúde Ambiental, hoje posso dizer que fiz a escolha acertada, pois é nesta família, da Saúde Ambiental, que me sinto realizada e feliz.

Deste estágio levo a melhor experiência de aprendizagem e ótimas recordações de todas as pessoas que tive o privilégio de contactar, queria agradecer a todos os membros do Centro de Saúde de Moura e em especial a equipa da Saúde Escolar.

O sucesso deste estágio deveu-se em parte ao grande apoio dos meus colegas de estágio, Flávio e João Dionísio, com eles vive muitos momentos que ficarão para sempre na minha memoria. Uma grande equipa de trabalho, que fez de cada desafio uma meta atingir. Obrigada.

Quero agradecer a Professora Raquel, que ao longo destes dois meses, nunca deixou de acompanhar e apoiar todos os nossos passos como estagiários. Muito Obrigada por toda a disponibilidade  e apoio que sempre demonstrou para comigo, e pelos ensinamentos que me transmitiu ao longo de todo os anos e no estágio em particular.


Em especial agradeço à nossa Orientadora de Estágio, Dr.ª Ana Mafalda pela disponibilidade, motivação, paciência e interesse mostrado em ajudar a realizar o estágio, sem mais nada receber em troca, a não ser o meu eterno obrigada, e respeito por todo o trabalho que desenvolveu connosco, e a confiança demonstrada ao longo destes dois meses, por ter acreditado nas minhas capacidades para cumprir os objetivos propostos, ajudando assim a ultrapassar quaisquer obstáculos e a desfazer incertezas.

Quero agradecer ao meu amigo Rui Chora, por estar sempre disponível e por ser o grande amigo que é. Muito Obrigada

Por fim quero proferir os meus últimos agradecimentos, as pessoas que estão sempre em primeiro lugar no meu coração, quero agradecer ao meu Marido por ter sido a “mãe” quando não estive presente, por ser  o meu grande apoio, companheiro e amigo, mas principalmente por não me cobrar as minhas ausências. Muito Obrigada.

A minha filha, que é a luz dos meus olhos, o meu grande amor, desculpa não estar presente todos os dias de manhã para te levar a escola. E Muito obrigada pela força que me dás todos os dias em especial quando dizes “ mãe estás triste, a Catarina da um beijinho e abraçinho”. Obrigada Filha.


Muito Obrigada a todos.

Até sempre

Vigilância sanitária de águas


Vigilância Sanitária de Águas de Utilização Recreativa
e
Água Mineral Natural



Água Recreativa  

 
Figura 1
Nos últimos anos, a nível municipal, houve um grande investimento no equipamento dos conselhos com piscinas municipais de modo a que a população pudesse ter acesso a uma atividade física e lúdica, durante todo o ano. O número de utilizadores destes espaços tem vindo a aumentar, especialmente dos grupos etários mais baixos, nomeadamente crianças em idade pré-escolar e escolar, e também nos idosos.

Com o aumento do número de utilizadores é importante uma rigorosa vigilância da qualidade da água, de forma a evitar doenças de transmissão hídrica.

O programa de vigilância sanitária das piscinas, visa avaliar a qualidade da água dos tanques e verificar as condições das instalações, com o objetivo de evitar ou reduzir os riscos para a saúde dos seus utilizadores.

Neste programa, estão incluídas as piscinas públicas e particulares de utilização pública, nomeadamente as integradas em estabelecimentos turísticos, escolas, ginásios e health clubs.

No âmbito da vertente tecnológica do programa de vigilância sanitária das piscinas, pretende-se identificar, conhecer e avaliar, as condições de instalação e funcionamento das piscinas (aspectos construtivos, organização dos espaços, revestimentos, circuitos hidráulicos e equipamentos de tratamento de águas, produtos químicos utilizados, higienização da piscina, etc.) e serviços anexos (instalações sanitárias, balneários e vestiários, postos de socorro, etc.), através de vistorias e apreciação de projectos.

A vertente analítica, pretende aferir acerca da qualidade da água dos tanques, e compreende o planeamento das colheitas, sua realização e posterior análise laboratorial, para pesquisa de indicadores microbiológicos de contaminação e determinação de parâmetros físico-químicos. Alguns parâmetros como o cloro residual livre, cloro combinado, pH e temperatura são determinados localmente aquando das colheitas.

“Segundo o Decreto-Lei n.º 82/2009 de 2 de Abril, compete às autoridades de saúde “vigiar o nível sanitário dos aglomerados populacionais, dos serviços, estabelecimentos e locais de utilização pública e determinar as medidas corretivas necessárias á defesa da saúde publica.”

A vertente epidemiológica é da competência das autoridades de saúde, as quais deverão realizar estudos orientados para a avaliação do risco para a saúde da qualidade da água dos tanques, quando justificados pelos dados analíticos e epidemiológicos, e visa estudar o impacto destes espaços na saúde dos seus utilizadores.(ARS Alentejo)

O serviço de saúde tem um programa de vigilância da qualidade da água, como tal, nós os estagiários em conjunto com a TSA, realizamos colheitas de água as piscinas municipais cobertas de Moura.
Figura 2

Para se proceder a colheita de água, em piscinas, é necessário recorrer a várias técnicas consoante a finalidade.

Técnica de colheita para análise microbiológica

 Técnica de colheita à superfície

  •             Utilizar calçado adequado;
  •              A colheita deve ser efetuada no local mais afastado da entrada de água na piscina;
  •              Desinfetar as mãos;
  •             Destapar o frasco o mais próximo da água possível, sempre com a tampa virada para baixo;
  •      Mergulhar o frasco em posição inclinada sem que a boca fique completamente submersa;
  •         Deslocar o frasco para a frente, de modo a captar a camada superficial. O frasco não deve ficar completamente cheio;
  •            Retirar o frasco, fechá-lo e identificá-lo;
  •            Colocar o frasco na mala térmica.


Técnica de colheita em profundidade

  •         Prender as cordas aos dispositivos de armação do frasco mantendo-o dentro da caixa de proteção;
  •        Retirar o frasco da caixa de proteção e submergi-lo até meia altura da piscina;
  •           Acionar a corda de abertura do frasco;
  •           Depois de cheio, fechar o frasco e retirá-lo da água;
  •           Identificar o frasco e colocá-lo na caixa metálica;
  •         Colocar a caixa metálica na mala térmica.


        Técnica de colheita para a análise química

  •           O local de amostragem deve ser o mais próximo das saídas de água;
  •           Proceder à desinfeção das mãos ou utilização de luvas estéreis;
  •           Destapar o frasco na proximidade da água, conservando a tampa virada para baixo;
  •     Mergulhar o frasco em posição vertical a uma profundidade de cerca de 20 cm, inclinando-o para encher;
  •    Deslocar o frasco para a frente até ao seu enchimento. O frasco deverá ficar completamente cheio;
  •         Retirar o frasco, fechá-lo e identificá-lo. 
  •          Colocar o frasco na mala térmica.



  • Também se procedeu a medição de parâmetros do local, foram eles o cloro residual livre, o pH e a temperatura.
Depois de efetuadas as colheitas, e os frascos acondicionados nas malas térmicas, estes devem ser transportados para o laboratório de Saúde Pública,  para a respetiva analise 


A vigilância sanitária de águas recreativas tem vindo a evoluir em relação aos parâmetros microbiológicos, a analisar, por exemplo,  a Instituição EPA, United States Environmental Protection Agency, lançou em 2012 critérios finais da qualidade da água recreativa. Estes refletem os mais recentes conhecimentos científicos, os comentários públicos e as revisões. Os novos critérios são projetados para proteger o público da exposição a níveis perigosos de agentes patogénicos, aquando de práticas aquáticas   


Também a Health Canada, criou, Diretrizes para a Qualidade da Água de Recreio Canadiense, que tem como objetivo principal a proteção da saúde pública. As diretrizes descrevem o conhecimento científico atual sobre os riscos de saúde e de segurança associados com o uso da água de lazer.

 É importante investir na vigilância das águas recreativas, uma vez que  as doenças por causas hídricas tem vindo a aumentar, algumas patologias que se encontram associadas a utilização das água das piscinas:

  •         Febre faringo-conjuntivital;
  •       Meningites;
  •       Encefalites;
  •       Pneumonites;
  •      Gastroenterites,
  •      Conjuntivites;
  •      Tumores cutâneos benignos;
  •      Pé de atleta;
  •       Impetigo;
  •      Leptospirose;
  •      Legionelose;
  •       Otites;
  •      Sinusites;



Água Mineral Natural


Figura 3

De acordo com a DIRECTIVA 2009/54/CE DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO de18 de Junho de 2009 relativa à exploração e à comercialização de águas minerais naturais, entende-se por «água mineral natural» uma água microbiologicamente pura, tendo por origem um lençol ou um jazigo subterrâneo e proveniente de uma nascente explorada através de uma ou várias emergências naturais ou perfuradas.

A água mineral natural distingue-se claramente da água de bebida ordinária:

a) Pela sua natureza, caracterizada pelo seu teor em minerais, oligo-elementos ou outros constituintes e, eventualmente, por determinados efeitos; b) Pela sua pureza original, Tendo ambas as características permanecido intactas devido à origem subterrânea dessa água que a manteve ao abrigo de qualquer risco de poluição.
b) Pela sua pureza original, tendo ambas as características permanecido intactas devido à origem subterrânea dessa água que a manteve ao abrigo de qualquer risco de poluição.


Importa ainda referir em acordo com o Decreto-Lei n.º 72/2004 de 25 de Março que em determinadas águas minerais naturais podem estar presentes, no estado natural, constituintes que, devido à sua origem hidrogeológica, podem representar um risco para a saúde pública a partir de uma certa concentração.

As águas minerais naturais são caracterizadas pela sua composição físico-química, que as distingue das outras águas de consumo humano, não podendo ser submetida a tratamento que lhes alterem as suas propriedades, para além dos descritos no artigo 6º do Decreto-Lei n.º 72/2004 de 25 de Março, que estabelece a lista dos limites de concentração e as suas menções constantes do rótulo para os constituintes das águas minerais naturais, bem como as condições de utilização de ar enriquecido em ozono para tratamento das águas minerais naturais e das águas de nascente.

Durante o estágio foram realizadas duas colheitas, em duas estações de captação. Segue abaixo a técnica de colheita utilizada.


Técnica de Colheita

  •           O técnico da colheita deve estar devidamente equipado com touca, calçado adequado, bata, máscara, luvas estéreis ou proceder à desinfeção das mãos;
  •            Flamejar a torneira onde se efetuar a colheita;
  •            Abrir o frasco o mais próximo da torneira, sempre com a tampa virada para baixo;
  •         Encher o frasco e fechá-lo;
  •            Identificar o frasco e colocá-lo na mala térmica.



Depois de efetuadas as colheitas e os frascos serem acondicionados nas malas térmicas, devem ser transportados para o laboratório de Saúde Pública para a respetiva analise


Como futura técnica de saúde ambiental é com grande relevância que desempenhei esta atividade visto no meu entender ser uma das áreas com maior importância de intervenção para população. A água é desinfetada para eliminar os organismos patogénicos e, consequentemente, evitar as doenças transmitidas pela forma hídrica, sendo um dos instrumentos mais valiosos na promoção e preservação da Saúde Pública. 



“A água é a única bebida para um homem sábio.” (Henry David Thoreau)




quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

vigilância sanitária de água


Vigilância sanitária de água para consumo Humano


“Cerca de 1 bilhão de pessoas no Mundo não têm acesso à água potável e mais de 2,5 bilhões de pessoas não têm saneamento básico adequado. A escassez de água limpa e as fontes de água contaminada são duas das principais causas de doença e morte em todo o Mundo devido a doenças transmitidas pela água, tais como infeções, diarreias, cólera, febre tifoide e parasitas” (water for humans)


“Considera-se água destinada ao consumo humano, toda a água no seu estado original, ou após tratamento, destinada a ser bebida, a cozinhar, à preparação de alimentos, á higiene pessoal ou a outros fins domésticos, independentemente da sua origem e de ser fornecida a partir de uma rede de distribuição, de um camião ou navio- cisterna, em garrafas ou outros recipientes, com ou sem fins comerciais. Toda a água utilizada numa empresa da indústria alimentar (todas as fases), assim como a utilizada na higienização dos espaços, utensílios, superfícies que possam estar em contacto com os alimentos”. (Decreto-Lei nº 306/2007, de 27 de Agosto)


O Decreto-Lei nº 306/2007, de 27 de Agosto estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano. Tem por objetivo proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes da eventual contaminação dessa água e assegurar a disponibilização tendencialmente universal de água salubre, limpa e desejavelmente equilibrada na sua composição. Estabelece ainda critérios de repartição da responsabilidade pela gestão de um sistema de abastecimento público de água para consumo humano, quando a mesma seja partilhada por duas ou mais entidades gestoras.

O Programa de Vigilância Sanitária de Água para Consumo Humano está fundamentado nas seguintes vertentes:

·    Higio-sanitária e Tecnológica - Ações de avaliação das condições de higiene e segurança a nível das instalações e do funcionamento e á análise das medidas de gestão e manutenção da qualidade da água e dos equipamentos. Com este conjunto de ações pretende-se ter conhecimento do sistema de água e do seu funcionamento e as características da água e das zonas de abastecimento consideradas mais problemáticas.

·     Analítica - Realização de análises complementares ao Programa de Controlo da Qualidade da Água (PCQA) e de outras ações necessárias para a avaliação da qualidade da água para consumo humano. Envolve a colheita de amostras para análise (microbiológica, físico-química ou outras) e a verificação do cumprimento do programa de controlo da qualidade da água distribuída.

·          Epidemiológica - Permite a comparação e interpretação da informação obtida através dos programas, com recurso a dados de caracterização do estado de saúde dos consumidores (obtidos, nomeadamente, a partir de bases de dados de morbilidade ou de inquéritos epidemiológicos). A necessidade e a definição destes estudos são da competência das Autoridades de Saúde, tendo em conta o conhecimento das realidades locais.

“Segundo a OMS, a qualidade da água para consumo humano é um indicador essencial para a avaliação do nível de saúde das populações. A avaliação da qualidade da água é, no entanto, um processo complexo que envolve a análise de vários parâmetros físico-químicos, bacteriológicos e ecotoxicológicos. Em qualquer dos casos, a fiabilidade dos resultados analíticos depende largamente da amostragem. É fundamental que esta seja efetuada corretamente e que se assegure que as amostras não sofrem alterações no período entre a colheita e a análise.” (INSA;sd)

As colheitas de amostras de água para análise laboratorial e/ou análise no local devem realizar-se na distribuição da água, ou seja na torneira de distribuição, tal como devem ser usadas amostras separadas para análises químicas, microbiológicas e biológicas, visto que os procedimentos e equipamentos para recolha e manuseamento são diferentes.


Técnica de colheita para análises microbiológicas  - Torneira Domiciliaria



Depois da colheita das amostras, as mesmas deverão ser colocadas em malas térmicas devidamente limpas e com acumuladores de frio, com o objetivo de garantir uma correta refrigeração, até à entrega no laboratório.

Procedimento após a recolha

Após concluídas as colheitas, o técnico deve entregá-las no Laboratório de Saúde Pública.

Tendo em conta os parâmetros a analisar dispostos no anexo II do decreto-lei n.º 306/2007, de 27 e Agosto e sob orientação do laboratório responsável pelo controlo analítico da água para consumo humano, caracteriza-se três tipos de colheitas de água, sendo as mesmas:


  • Colheitas tipo P1
Neste tipo de colheitas são analisados os parâmetros bacteriológicos (bactérias coliformes, escherichia coli, enterococos) a condutividade, pH, e o desinfectante residual.
  •  Colheitas tipo P2
As colheitas tipo P2 são mais abrangentes, no sentido que englobam todos os parâmetros da anterior (P1) e também os parâmetros físico-químicos (Colónias a 22ºC, Clostridium, Nitratos, Oxidabilidade, Ferro, Alumínio, Colónias a 37ºC, Turvação, Amónio, Nitritos, Manganês e Flúor).

  • Colheitas tipo P3
Este tipo de colheitas são as mais completas, pois para além dos parâmetros incluídos nas colheitas tipo P1 e P2 são ainda abrangidos os metais (Cádmio, Cobre, Chumbo, Potássio, Trihalometanos, Crómio, Níquel, Sódio e Boro).


Algumas imagens de colheitas realizadas durante o estágio 

Figura 1

Figura 2

Figura 3

 
Figura 4

Em caso de Incumprimentos:
As Entidades Gestoras no âmbito do seu controlo de qualidade devem informar a Autoridade de Saúde no caso de incumprimentos legais e proceder em conformidade com o esquema abaixo.

Após a receção do relatório de ensaio e no caso de existir incumprimento a Autoridade de Saúde deve comunicá-lo à Entidade Gestora de acordo com o esquema abaixo.







Realizar este tipo de atividade foi particularmente interessante para mim, é uma das áreas dentro da saúde ambiental que me desperta mais interesse, para além de constituir grande relevância para a saúde pública. A manutenção da água para consumo humano dentro dos padrões de qualidade estabelecidos em legislação específica é de grande importância para a saúde pública. As doenças de veiculação e de origem hídrica estão associadas ao consumo de água de má qualidade. como tal é importante se proceder-se a vigilância sanitária da água para consumo. 

Próximo publicação, Vigilância sanitária  de águas recreativas.

Até Breve.   

Vigilância sanitária de água


Vigilância Sanitária de Águas


O abastecimento público de água em termos de qualidade e quantidade é uma preocupação constante da humanidade, devido à sua escassez e à deterioração da qualidade da mesma nas suas origens devido à poluição recorrente da atividade do homem.

Uma das principais características da água é ser um veículo de dissolução das substâncias que a rodeiam, sejam elas gases (dióxido de carbono) ou metais presentes em solos e rochas.

Entre os compostos dissolvidos na água destacam-se:
Os compostos de Ferro e Manganês: estes compostos podem passar pelas estações de tratamento de água na forma dissolvida, vindo posteriormente a precipitar-se, por meio de oxidação química, na rede de distribuição causando o aparecimento de água com coloração castanha avermelhada;
Os metais pesados: mesmo em baixas concentrações, conferem à água características de toxicidade, tornando-a assim imprópria para grande parte dos usos; um exemplo típico é o Arsénio.













Desde há décadas que os serviços de saúde têm dedicado uma atenção especial à qualidade das águas destinadas ao consumo humano, tendo desenvolvido e aplicado conceito de vigilância sanitária.

A Vigilância sanitária de águas é um conjunto de ações desenvolvidas com vista à avaliação da qualidade da água e à preservação de riscos para a saúde pública, estas são realizadas pelos serviços competentes do Ministério da saúde, sob coordenação e responsabilidade das autoridades de saúde. (Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de Agosto)

Em relação as competências do Técnico de Saúde Ambiental, segundo o Decreto-Lei 117/95 de 30 de Maio, encontra-se a vigilância sanitária de sistemas de água para consumo humano, a vigilância sanitária das águas para utilização recreativa, e ainda na área de hidrologia e hidroterapia abrange a promoção e a participação em ações de vigilância e avaliação periódica das condições sanitárias dos estabelecimentos termais e de engarrafamento de aguas para consumo humano.

Na unidade de Saúde Pública de Moura, no âmbito do estágio, realizamos nos concelhos, colheitas a três tipos de água:
  • Água para consumo humano (abrange os sistemas de abastecimento público e sistemas de abastecimento particular de utilização pública)
  • Água mineral natural   
  • Águas recreativas (piscinas públicas e semi-públicos).

Uma das preocupações com patologias por causas hídricas é da água dos Fontanários públicos.


Cerca de 20 mil portugueses usam água de fontanários cuja qualidade não é controlada pelos municípios ou pelas autoridades de saúde, segundo um levantamento da entidade reguladora do sector. Em Portugal continental e nos Açores há mais de dois mil fontanários que não estão ligados à rede pública e que são à única fonte de abastecimento de água para um número estimado de 75 a 90 mil habitantes. Destes, 30 % não são sujeitos a avaliação do controlo ou vigilância sanitária da qualidade da água, refere o relatório do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR). Entre o que são submetidos a análises de controlo de qualidade verificou-se um elevado número de incumprimentos, a maioria dos municípios reportou uma % de violações dos parâmetros de qualidade superior a 50%. O IRAR conclui-o que, 15 a 20 mil habitantes recorrem a água de fontanários não ligados à rede de distribuição pública, cuja qualidade não é aparentemente controlada nem sujeita a vigilância sanitária. O recurso à água dos fontanários é ainda um hábito enraizado na população portuguesa e está muitas vezes associada à crença de que a água das fontes é que é boa para a saúde. O IRAR refere, segundo os municípios, acontece um pouco por todo o país “a frequente vandalização pelas populações locais das placas colocadas nos fontanários, avisadoras de água não controlada ou imprópria para consumo”.

A Deco Proteste desenvolveu um estudo e procedeu a um comunicado de impressa, sobre a qualidade da água dos fontanários. 


No total, 12 fontes fornecem água imprópria para consumo. As autoridades regionais (câmaras municipais, juntas de freguesia e delegações de saúde) já estão a par dos resultados. Em Caneças, a água excede o limite máximo de chumbo e alumínio. Em Abrantes, os valores de manganês, metal pesado perigoso por acumular-se no organismo, são elevados. Nas restantes dez (Almeida, Baião, Beja, Elvas, Loulé, Nisa, Santarém, Santiago do Cacém, Vale de Cambra e Santa Maria de Viseu), há contaminação bacteriológica por E. Coli, Enterococus, Clostridium Perfringens ou coliformes fecais. Entretanto, alguns municípios já procederam a remodelações da rede pública de água, a fim de reabilitar a sua qualidade, como Beja, Baião, Santiago do Cacém e Santarém”. 
(Deco Proteste; 30 de Junho de 2013)


Também a revista VISÃO publicou declarações de um estudo realizado sobre a água dos fontanários.


Em declarações à agência Lusa à margem da apresentação dos resultados de uma investigação que envolveu a qualidade da água de seis fontanários do concelho de Sardoal, o coordenador da Unidade de Saúde Pública (USP) daquele ACES, Rui Calado, defendeu o consumo da água da rede pela sua "excecional qualidade" em detrimento do consumo "indesejável" das águas de fontanários, potenciais transmissoras de vírus, bactérias e micro organismos que representam um "perigo evidente" para a saúde pública. Alertou para os riscos de consumir água de fontanários, recordando que a bactéria E.coli presente em alguns deles pode evoluir para uma nova estirpe, como aconteceu naAlemanha.”
(Visão;3 de Junho de 2013)

No concelho onde me encontro a estagiar, Moura, segundo a legislação Decreto - lei 306/2007Câmara Municipal de Moura resolveu não proceder ao controlo da água dos fontanários e colocar apenas as placas de água não controlada.

 


Brevemente irei falar sobre a vigilância sanitária de água para consumo humano e vigilância sanitária de águas recreativas. 

Até Breve.