quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Dia da Alimentação


A história da Ritinha e do Joãozinho




Reconhece-se hoje que uma alimentação saudável durante a infância é duplamente benéfica, pois se por um lado facilita o desenvolvimento intelectual e crescimento adequado para a idade, por outro, previne uma série de patologias relacionadas com uma alimentação incorreta e desequilibrada, como a anemia, obesidade, desnutrição, cárie dentária, atraso de crescimento, entre outras (Rego et al., 2004)


No dia 16 de Outubro assinalou-se o dia Internacional da alimentação, como estagiários da unidade de saúde pública e colaboradores na equipa da saúde escolar, em conjunto com a nutricionista foi nos proposto pela TSA que cooperássemos com as atividades do dia da Alimentação nas escolas. Uma das atividades era a representação de uma história que faz parte de um livro criado pela associação de nutricionistas e tem como titulo “A história da Ritinha e do Joãozinho , através de fantoches. 

Este livro conta a história de dois meninos que crescem fortes e saudáveis e que explicam a forma de o conseguir para que outros meninos possam também crescer assim.



Nos dias que se seguiram eu e os meus colegas realizamos a peça de teatro, com a história da Ritinha e do Joãozinho, nas escolas da Amareleja e  Moura, tendo como publico os miúdos do 2º ano do 1º ciclo. 

Foi extremamente enriquecedor trabalhar com miúdos destas idades e é possível verificar que o tema da alimentação é muito bem recebido. 

Um conceito que  apresenta grande relevância para a saúde é a Educação Nutricional. 

Educação Nutricional tem a finalidade de prevenir doenças, proteger e promover uma vida mais saudável, conduzindo assim o bem-estar geral do individuo. 
Intervir precocemente neste processo de formação por meio de ações educativas pode influir positivamente na formação dos hábitos alimentares, contribuindo para o estabelecimento de comportamento alimentar saudável.

As características do crescimento e desenvolvimento infantil evidenciam a importância da alimentação nos primeiros cinco anos de vida, requerendo esta cuidados específicos, nomeadamente em qualidade, quantidade, diversidade e frequência, com destaque para o ambiente onde as refeições ocorrem.

Durante a infância, a família tem uma enorme responsabilidade não só na oferta do tipo de alimentos, mas igualmente na formação do comportamento alimentar da criança, detendo os pais o papel de primeiros educadores nutricionais.

Alguns estudos têm-se debruçado sobre as implicações do estilo alimentar familiar no comportamento alimentar dos filhos, no entanto a identificação das bases que suportam as decisões dos pais para a prática da alimentação diária têm sido pouco estudadas. Os determinantes ambientais são complexos e incluem desde a disponibilidade dos próprios alimentos, a fatores culturais e económicos. Contudo, em relação a estes, alguns estudos têm mostrado que o acesso a maiores recursos financeiros, podendo aumentar o poder de escolha, não se revela sinónimo de uma alimentação de melhor qualidade (EUFIC, 2005).


Segundo a British Medical Association, mais de 22 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade tem excesso de peso, bem como 155 milhões de crianças em idade escolar. Em Portugal, uma em cada três crianças tem excesso de peso ou obesidade infantil, segundo os estudos mais recentes da Organização Mundial de Saúde. 

De acordo com a Comissão Europeia, Portugal está entre os países europeus com maior número de crianças afectadas por esta epidemia: 29% das crianças portuguesas entre 2 e 5 anos têm excesso de peso e 12,5% são obesas. Na faixa etária dos 6 aos 8 anos, a prevalência do excesso de peso é de 32% e a da obesidade é de 13,9%. APCOI

Curiosidade



A série infantil de desenhos animados Nutri Ventures, criada por uma empresa portuguesa, dedicada à alimentação saudável é a primeira produção portuguesa a entrar em canais Disney (Espanha) e a entrar também em dois canais infantis de desenhos animados nos Estados Unidos, depois de ter passado entre nós  na RTP 2 e no canal Panda, com audiências que superaram todas as expectativas.
O trailer da adaptação em inglês está a ter êxito nos Estados Unidos. A série já foi apresentada a Michelle Obama, que tem defendido a causa da alimentação saudável nas crianças  e jovens, combatendo a obesidade infantil.







Nas últimas duas décadas, um pouco por todo o mundo, a taxa de prevalência da obesidade
em crianças e adolescentes aumentou drasticamente. Torna-se, por isso, urgente e necessário o
desenvolvimento de medidas preventivas e interventivas»

(Pereira & Lopes da Silva, no prelo)


Assistimos cada vez mais a degradação dos hábitos alimentares, principalmente nas crianças, visto que os números de crianças obesas e com doenças relacionadas com a obesidade tem vindo a aumentar. A ingestão de gorduras e açucares é uma hábito constante na alimentação das nossas crianças, talvez pela falta de tempo do pais ou pelo simples fato de ser mais simples recorre-se a comida pré-feita ou fast-food, deixando de lado o consumo de frutas e legumes. É importante que este tipo de ações de sensibilização como o "Dia da Alimentação", sirvam de instrumentos para a promoção da saúde. No entanto acho que se poderia fazer mais, a informação que se disponibiliza aos pais é ainda bastante reduzida, sendo os exemplos práticos os mais fáceis de apreender. Enquanto futura técnica de Saúde Ambiental acho bastante importante este tipo de intervenções,  porque constituem uma forma de difundir a experiência na área da promoção da saúde escolar.      

Quero agradecer a todos os intervenientes deste projeto pelos bons momentos que me proporcionou, especialmente a todas as crianças, OBRIGADA POR PARTICIPAREM. 

Até Breve.  





Projeto" Lancheira Sorriso em Movimento "


Lancheira Sorriso em Movimento


No dia 10 de Outubro, nós a TSA e a nutricionista do Centro de saúde de Moura, deslocamo-nos a escola de Barrancos no âmbito do projeto "Lancheira Sorriso em Movimento", este projeto contempla várias atividades que são realizadas em datas calendarizadas. 

Neste dia precedeu-se ao registo das brincadeiras e dos lanches dos miúdos, tal como do IMC (índice de massa corporal). O público alvo constituiu os alunos do 2º ano do 1º ciclo, que já se encontram inseridos no projeto desde o 1º ano. 

É importante a avaliação das brincadeiras das crianças pela emergente necessidade da pratica de exercício físico e socialização.Praticar atividade física é muito importante para a saúde das crianças, pois ela melhora a flexibilidade, a força muscular, fortalece os ossos e as articulações e desenvolve habilidades psicomotoras.

  
Figura 1 - Brincar - saltar à corda


Ao praticarmos atividades físicas, queimamos a gordura que está em excesso no nosso corpo, e ao mesmo tempo melhoramos a nossa pressão arterial. Além disso, com exercícios físicos, o nosso corpo fica mais preparado e consegue combater muitas doenças.
Para as crianças, qualquer atividade física é bem-vinda. Jogar bola, andar de bicicleta, correr, pular à corda, entre várias outras, são atividades físicas que garantem às crianças mais disposição, melhor convívio social, melhor desenvolvimento intelectual e gasto de energia.
Além de praticar atividades físicas, as crianças também se devem alimentar corretamente. Uma boa alimentação inclui muitas verduras, legumes e frutas, tal como se deve evitar consumir muitos alimentos gordurosos, refrigerantes e doces.
Figura - 2 -  Alimentação Saudável

A avaliação do IMC, que significa Índice de Massa Corporal e a qual trata-se de uma medida do nível de gordura de cada pessoa. É uma medida de referência internacional reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde).


O método de cálculo do IMC é simples e rápido e permite uma avaliação geral para definir se uma pessoa se encontra em risco de obesidade. Esta atividade foi desempenhada por nós estagiários, a TSA  juntamente com a nutricionista do centro de saúde de Moura e uma enfermeira do centro de saúde de Barrancos. 

As campanhas contra a obesidade são cada vez dispares e criativas e não se discute este problema apenas em portugal,  apresento- vos uma campanha de sensibilização criada no Brasil. 





"O engajamento da novaS/B na luta contra a obesidade infantil é resultado de pesquisa que antecedeu a criação das peças. Os anúncios destacam rostos de crianças e sobre seus olhos frases de alerta sobre problemas de saúde causados pela obesidade. O objetivo é causar impacto especialmente junto aos pais e educadores para um problema que já atinge 6 milhões de crianças brasileiras."
"Antes da criação das peças, foi realizada pesquisa qualitativa com o público alvo (pais), submetendo à eles diferentes linhas e diferentes abordagens criativas. Não queríamos apenas produzir anúncios bonitos e criativos. Queríamos anúncios que chamassem a atenção para o problema. Por isso, tudo foi avaliado também quando os anúncios foram criados. Desde o impacto das peças publicitárias até o nível de compreensão, relevância do tema e capacidade efetiva de mobilização.
Os anúncios que foram escolhidos e divulgados foram os que mais sobressaíram  
A campanha não se limita aos anúncios. O site www.diganaoaobesidadeinfantil.com.br traz informações, links e dicas importantes para auxiliar os pais a enfrentar o problema.

Em suma é importante que projetos como estes da "Lancheira Sorriso em Movimento", façam parte do universo das nossas crianças e sensibilizem quer os próprios como os encarregados de educação. A participação dos TSA neste âmbito é extremamente enriquecedora visto realizar trabalhos multidisciplinares em parceria e integrar equipas com outros profissionais de saúde. O TSA é dotado de várias competências a nível da saúde escolar que se  podem distinguem pela positiva neste tipo de intervenções.
"Quem convive muito com crianças descobre que nenhuma acção externa sobre elas permanece sem uma acção recíproca." 
Autor: Johann Wolfgang von Goethe
Até breve.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Queixa Sanitária


Queixa Sanitária 



Depois de muito ouvir falar, no decorrer das cadeiras, sobre as intervenções dos técnicos de saúde ambiental em contexto de trabalho nas unidades de saúde pública fiquei expectante em relação as intervenções que iria realizar.

 Esta semana chegou até a unidade de saúde pública uma solicitação da Câmara Municipal de Moura, para a representante do serviço de saúde integrar a equipa na concretização da posse administrativa de um imóvel, na sequência de uma queixa sanitária, apresentada previamente.     

Quando recebi a noticia sobre a posse administrativa , execução coerciva e queixa sanitária, fiquei bastante entusiasmada pelo fato de ser uma atividade totalmente nova e diferente do habitual, como tal suscitou em mim curiosidade e quando cheguei a casa pesquisei sobre o assunto para ampliar o conhecimento. 

Enquanto técnico de Saúde Ambiental as intervenções em questão baseia-se nas seguintes competências previstas na regulamentação aplicável à atividade do TSA, nomeadamente Decreto- lei 117/95 de 30 de Maio. 

- Proteção sanitária básica e luta contra meios e agentes de transmissão de doenças;
- Higiene do habitat e promoção da salubridade urbana e rural;
- Proteção sanitária especifica e luta contra os fatores de risco ligados a poluição;





O processo desenvolve-se nos seguintes moldes:

       
Foi requerida a intervenção da Saúde Pública de Moura, resultado de uma queixa sanitária, na qual também interveio a Câmara Municipal de Moura. O queixoso refere que no imóvel, do qual ele é proprietário, existe uma infiltração que provem do quintal do imóvel que se encontra junto ao muro de separação entre quintais. No quintal do imóvel, onde se irá verificar a intervenção, encontra-se uma fossa séptica que necessita de ser intervencionada, no entanto a entrada neste imóvel mantém-se condicionada mediante o fato da Câmara Municipal de Moura não conseguir estabelecer contato com os proprietários. 

 






  

 A posse administrativa e execução, são responsabilidade da Câmara Municipal, regulamentam-se pelo Decreto-lei 26/2010 , com base nos artigos:


Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação


CAPÍTULO III - Execução e fiscalização
SECÇÃO V - Fiscalização
SUBSECÇÃO III - Medidas de tutela da legalidade urbanística
----------
Artigo 107.º - Posse administrativa e execução coerciva
     
       4 - Tratando-se da execução coerciva de uma ordem de embargo, os funcionários municipais responsáveis pela fiscalização de obras procedem à selagem do estaleiro da obra e dos respectivos equipamentos.
       5 - Em casos devidamente justificados, o presidente da câmara pode autorizar a transferência ou a retirada dos equipamentos do local de realização da obra, por sua iniciativa ou a requerimento do dono da obra ou do seu empreiteiro.
       6 - O dono da obra ou o seu empreiteiro devem ser notificados sempre que os equipamentos sejam depositados noutro local.
       



Intervenção


No dia decretado pela Câmara Municipal de Moura para intervir no imóvel,  encontrava-se junto a entrada, a hora combinada, a Técnica de Saúde Ambiental (TSA) e nós estagiários como representantes da Unidade de Saúde Pública tal como os representantes da Câmara Municipal de Moura.

Após a entrada nas instalações foi possível averiguar que estas se encontravam em mau estado de conservação e era necessária a equipa de manutenção de jardins.

Durante alguns dias estes elementos procederam a limpeza do espaço e remoção dos detrito e vegetação.

A TSA, e nós estagiários fomos acompanhado as intervenções da Câmara Municipal de Moura


Foto do quintal após a intervenção da Câmara Municipal de Moura.

Foto 1 - Quintal


Até Breve.
  










segunda-feira, 14 de outubro de 2013

REVIVE


Programa Nacional de Vigilância de Vetores  - REVIVE

   

Dia 7 de Outubro deu-se inicio à segunda semana de estágio, avizinha-se uma semana repleta de trabalho o que constitui um desafio as minhas capacidades enquanto futura técnica de Saúde Ambiental, apesar de já me encontrar mais inserida nas atividades que se desenvolvem no Centro de Saúde, contínuo expectante em relação a todas as áreas da Saúde Pública. O primeiro dia da semana iniciou-se com a apresentação dos temas a desenvolver no âmbito do estágio, tais como, a vigilância sanitária de águas, vigilância sanitária de estabelecimentos, vigilância sanitária de estabelecimentos de ensino, gestão de resíduos. Todos estes temas irão constituir o nosso universo de trabalho.

Nesta semana procedeu se também à recolha de vetores,  Culicídios (Mosquitos imaturos e adultos) e Ixodídeos (carraças) no âmbito do programa REVIVE.
Figura 1 - Culicídio
o serviço de Saúde Pública de Moura, coopera com o programa REVIVE através da identificação e seleção de locais de colheita em função de zonas consideradas de maior risco, tal como procede a colheita dos vetores e posterior expedição das colheitas para o INSA/CEVDI.

O concelho de Moura foi selecionado pelas suas características, devido à proximidade com a barragem do Alqueva e as unidades de turismos.    

De acordo com o documento elaborado, pelos serviços, para deferir o papel do técnico de Saúde Ambiental, nas unidades de Saúde Pública e no agrupamento de centros de Saúde, ao TSA compete -lhe participar ativamente na implementação do programa Nacional de Vigilância de Vetores Culicídios(REVIVE), através da identificação de zonas de risco mais elevado de desenvolvimento destes vetores, na sua colheita, na colaboração da avaliação de riscos para a população e na aplicação de medidas específicas de prevenção e luta contra os vetores.

O porquê do programa REVIVE

Tendo presente a probabilidade de introdução de novos vetores em determinadas zonas geográficas, assim como a possibilidade de surgimento de surtos inesperados e provocados por agentes etiológicos, que ou nunca estiveram presentes ou há muito tempo que estavam esquecidos na realidade europeia, o ECDC reforçou a necessidade de vigilância de vetores e concebeu orientações “Technical reports” para a implementação de uma rede europeia de vigilância.
O Regulamento Sanitário Internacional (RSI) (Aviso n.º 12/2008, D.R 1.ª série, N.º 16 a 23 de Janeiro de 2008, com nova redação, adotada pela 58.ª Assembleia Mundial de Saúde em 23 de Maio de 2005) preconiza o estabelecimento de programas de vigilância e controlo de vetores no perímetro de portos e aeroportos e insta os Estados Membros a adquirir, reforçar e manter os requisitos exigidos e a mobilizar os recursos necessários para esse fim.

 Factos que reforçam a necessidade da rede de vigilância:


- Aumento das viagens internacionais lúdicas, comerciais e mesmo motivadas por fenómenos de imigração/emigração
- Aproximação de mosquitos invasores (antropofílicos e transmissores de doenças) como seja o Aedes, de Portugal Continental que tenderem a reproduzir-se e estabelecer-se junto das habitações e aglomerados populacionais;
- A existência na Europa e em Portugal de fatores que podem levar ao estabelecimento de espécies de mosquitos invasores e fatores que podem levar à frequente transmissão de doenças pelos próprios (introdução dos agentes infeciosos; capacidade vetorial dos mosquitos; frequência de contacto vetor-humano; condições climáticas; temperaturas mais elevadas interferem no agente patogénico em si proporcionando uma replicação mais rápida nos próprios mosquitos como também na sobrevivência, atividade e reprodução desses mosquitos).
Fonte:http://www.arsalentejo.minsaude.pt/saudepublica/SaudeAmbiental/ProgramaREVIVE/Paginas/ProgramaREVIVE.aspx  

Programa nacional de vigilância de Vetores - REVIVE


Em Portugal, em 2007, foi aprovado o Programa Nacional – REVIVE que contemplava a vigilância de Culicídeos com o intuito de monitorizar o desenvolvimento, o comportamento e a sobrevivência dos vetores e hospedeiros e consequentemente a dinâmica de transmissão da doença. Para tal foi assinado um Protocolo, em 2008, por um período de dois anos entre a Direcção Geral de Saúde, as Administrações Regionais de Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge com o objetivo de determinar o nível de risco associado à presença de culicídeos no território português. O mesmo Protocolo foi revisto em 2010 e alargou a vigilância de vetores aos ixodídeos.
Fonte:http://www.arsalentejo.minsaude.pt/saudepublica/SaudeAmbiental/ProgramaREVIVE/Paginas/ProgramaREVIVE.aspx 

O programa REVIVE  é implementado entre Maio e Outubro, anualmente.

Objetivos do Programa Nacional de Vigilância de Vetores – REVIVE (2010-2015):


a) Vigiar a atividade de artrópodes hematófagos, caracterizar as espécies e a ocorrência sazonal em locais previamente selecionados.

b) Identificar agentes patogênicos importantes em saúde pública transmitidos por estes vetores.

c) Emitir alertas para a adequação das medidas de controlo, em função da densidade dos vetores e do nível de infeção.


A Região do Alentejo participa no programa desde 2008



Com o intuito de concertar procedimentos, elaborar a proposta de Programa Regional de Vigilância de Vetores, promover a sua implementação e a melhor monitorização e avaliação, foi criado em 2011 um grupo de trabalho composto por técnicos de todas as unidade de Saúde Pública (USP) e coordenado pelo DSPP.


 - Pretende-se que o Programa possa contribuir para uma harmonização dos métodos e procedimentos de vigilância para que os dados recolhidos sejam passíveis de comparação, ao longo do tempo, desde o nível regional até ao nível europeu.

 - Pretende-se igualmente reforçar a vigilância para a deteção rápida de vetores invasores e/ou vetores cujas picadas possam causar doença ou forte incómodo nas populações, de forma a facilitar uma resposta rápida e apropriada que previna essas situações.
Fonte:http://www.arsalentejo.minsaude.pt/saudepublica/SaudeAmbiental/ProgramaREVIVE/Paginas/ProgramaREVIVE.aspx 


Culicídios - Mosquitos 

Em Portugal, o estudo da fauna de culicídeos teve início em 1901 com Sarmento & França, no entanto, só em 1931 foi publicada uma monografia com a descrição de 21 espécies.
Algumas espécies são capazes de produzir novas gerações em apenas 7 dias, mas a maior parte das espécies demora 2 semanas para produzir uma nova geração.

A captura de culicídios (mosquitos) abrange as diferentes fases do seu ciclo de vida (ovos, larva, pupa e adulto) como se pode verificar na figura 2
Figura 2 - Ciclo de vida
                                                                     
A captura de culicídios imaturos realizou se em dois dias diferentes, no primeiro a recolha foi efetuada num lago que pertencente a um dos Jardim Públicos de Moura, no segundo dia a recolha foi efetuada numa herdade perto de Moura, em campo aberto, num bebedouro para raça bovina.

Como se executa a coleta de Mosquitos Imaturos:


 - Com recurso a um camaroeiro realizamos a coleta de larvas, as quais fomos transferindo para um recipiente com água do ponto de amostragem, deve-se capturar o maior número de larvas. Conforme imagens apresentadas nas figuras 3 e 3.1.


figura 3.1 - Colocação das larvas no copo
Figura 3 - Coleta de Mosquitos imaturos 












Como se executa a coleta de Mosquito Adultos:


 - A captura de mosquitos adultos foi realizada através da armadilha CDC light-trap e gelo seco (CO2). Estas armadilhas possuem uma fonte de luz UV que atrai os vetores (insetos) para uma zona de onde são automaticamente aspirados para o saco coletor.
 O gelo seco utilizado foi produzido pela técnica de Saúde ambiental e nós estagiários, este representa um atrativo para os mosquitos, uma vez que os mosquitos, localizam os potenciais hospedeiros através do dióxido de carbono expirado.

 - A Armadilha deve ser colocada num local estratégico, abrigado do vento a uma distância de 1,50m do solo. Os locais escolhidos para colocar as armadilhas foram dois, sendo estes, um terreno próximo de Moura, onde existe um ribeiro, pneus abandonados e diversas árvores, principais focos de mosquitos. O segundo local foi na ETAR de Moura.

 - A colocação da armadilha foi colocada ao fim da tarde e recolhida no dia seguinte de manhã, condicionando a fuga dos mosquitos, uma vez que atividade diária dos mosquitos é condicionada pela temperatura e humidade relativa do ambiente, esta atividade limita-se portanto ao período noturno, quando a temperatura diminui e a humidade aumenta.  Em todas as colheiras foram retiradas as temperaturas e humidade, as mais elevadas e as baixas de cada um.

 - Depois transferimos o recipiente da armadilha com os mosquitos para refrigeração de forma a adormece-los e tornar mais simples a tarefa de os colocar em recipientes.

 Como se pode demonstrar nas figuras, 4 e 5
Figura 4 - Recolha de Mosquitos Adultos

Figura 5 - Mosquito Adultos 




Depois de realizada a colheita é preenchido o respetivo boletim.











Ixodídeos – Carraças 

    
Em Portugal conhecem-se cerca de 20 espécies, que são parasitas hematófagos estritos de um grande número de vertebrados, como mamíferos, aves, répteis e anfíbios. A grande capacidade de fixação, a facilidade de deslocação (através das presas), a proximidade com o Homem, nomeadamente pelo facto de parasitarem os seus animais domésticos, o número de ovos por postura e os ciclos de vida anuais, revelam a sua grande capacidade de adaptação e disseminação e levam a que sejam olhados com preocupação. Cada espécie pode transmitir diversos agentes infeciosos que causam doença no Homem, nomeadamente a borreliose de Lyme e a febre escaro-nodular (febre da carraça), que em Portugal é doença de notificação obrigatória desde 1950.

Ciclo de vida das Carraças

Figura  6 - Ciclo dos Ixodídeos 

A captura de carraças decorreu em duas etapas a primeira em campo aberto, num olival, no qual não conseguimos capturar nenhuma carraça. Na segunda etapa procedemos a captura num animal, Canis familiaris, vulgo cão.

Como se procede  na captura de carraças:

Técnica: Flagging
  
- O pano turco, de cor branca  é passado sob a vegetação, a uma velocidade constante de 5 em 5 passos, elucidativo na figura 7


Figura 7 - Técnica Flagging    
Figura 8 - Verificar a existência de carraças












- No animal procedeu-se a captura das carraças com uma luva e uma pinça.


Figura 8 - Captura de Carraças

Até à expedição, as carraças foram mantidas em condições de refrigeração

Depois de realizada a captura é preenchido o respetivo boletim 



  • Depois de realizadas as capturas e no Centro de saúde procede-se ao acondicionamento dos recipientes para posterior envio. A técnica a utilizar é o Triple - Packing, ou seja os recipientes devem em primeiro lugar ser embalados em plástico e posteriormente acondicionados na embalagem e finalizar com o selar da caixa. Esta deve ser mantida em condições de refrigeração, os respetivos boletim devem ser incluídos dentro da caixa. Conforme  se exemplifica nas Figuras 9, 10 e 11.
A Brigada das Carraças

A propósito do programa REVIVE, nos Estados Unidos da América, existem estudos que distinguem os animais como sentinela da saúde humana  

Os animais são muitas vezes os primeiros a entrar em contato com os microrganismos, contaminantes e poluentes que podem tornar as pessoas doentes. Devido aos sintomas e respostas às condições ao seu redor os animais podem servir como um sistema de alerta para ameaças potenciais à saúde humana.

O canário na mina de carvão é um exemplo clássico de como os animais são sentinelas da saúde humana. Canário Caged, sendo mais sensível do que os humanos aos efeitos do monóxido de carbono e outros gases venenosos, salvou vidas no início de 1900, alertando os mineiros para a presença de gás perigoso.

 Figura 12 -  Animal sentinela - Sentinel Species: Tree swallow at nest box, Holston River, Virginia. (Thomas Chapman)

Hoje, minhocas, andorinhas, morcegos, outros animais selvagens, e até mesmo os nossos animais de estimação são todos animais sentinelas alertando-nos para as doenças e poluentes no nosso ambiente. Cientistas da USGS estão projetando e estudando os sistemas que servem de sentinelas para ajudar a saúde pública a tomar medidas preventivas antes de sérios problemas de saúde, tais como surtos de doenças.

É importante o trabalho desenvolvido nesta área, tão peculiar, não só pela ligação com a prevenção de alguns tipos de doenças como pela descoberta de novas patologias. O técnico de Saúde Ambiental ministra com sucesso esta atividade. 


Até Breve.